Várias centenas de manifestantes ecologistas fizeram-se ouvir no primeiro dia do Energy Intelligence Fórum (Fórum de Informação de Energia), um evento que reúne durante três dias, na capital britânica, os dirigentes principais desta indústria.

A militante sueca, de 20 anos, foi interpelada a meio do dia.

Em comunicado, a polícia londrina mencionou uma vintena de detenções por obstrução à via pública.

“Atrás destas portas fechadas (…), políticos sem coluna vertebral fazem acordos e compromissos com os lobistas do setor destrutivo dos combustíveis fósseis”, tinha denunciado, durante a manhã, Greta Thunberg, em conferência de imprensa.

“Tenho seis netos. Fico com pesadelos só de pensar no futuro que vão ter”, disse Doro Marden, uma reformada londrina com 75 anos, à AFP.

O dirigente da petrolífera saudita Aramco, Amin Nasser, reafirmou, durante a conferência, que são necessários “novos investimentos” nos campos petrolíferos para contrariar o declínio dos campos petrolíferos mais velhos.

Os manifestantes também denunciaram o facto de o presidente da 28.ª Conferência das Partes (COP28) da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, que se realiza no Dubai, de 30 de novembro a 12 de dezembro, ser justamente o presidente da petrolífera dos Emirados Árabes Unidos, Sultan al-Jaber.

“Sabemos que os lobistas das energias fósseis corrompem os procedimentos das COP desde há décadas”, tinha dito Greta Thunberg, antes de ser detida. Na sua opinião, a escolha deste executivo do petróleo e gás para presidente da COP28 “mostra muito, muito claramente” a falta de ambição de cimeiras que “não podem conduzir a uma redução drástica das emissões de CO2”.