Cerca de uma dezena de pessoas abordou o chefe de Estado à entrada da Casa da Arquitetura, em Matosinhos, distrito do Porto, que visitou pela primeira vez, pedindo-lhe ajuda por ser uma pessoa “extremamente humana”.

O grupo pediu a anulação da solução atual, queixou-se de não ter sido ouvido e afirmou que não foi feita uma assembleia-geral, prometendo continuar na rua a “fazer-se ouvir”.

“Queremos e temos direito à provisão, a provisão é dos lesados, o senhor pode pressionar, ajude-nos por favor”, pediu.

Agradecendo-lhe por ser “incansável”, os lesados imploraram por “mais pressão” para reverem o que é deles.

Depois de algumas perguntas, nomeadamente de quantas pessoas estão na mesma situação, o Presidente da República garantiu que “ia ver” a situação.

No final de junho, foi pago aos cerca de 2.000 lesados do papel comercial vendido pelo BES, pelo fundo de recuperação de créditos, a primeira parcela das indemnizações que visam compensar parcialmente as suas perdas.

Contudo, a solução encontrada (entre a associação de lesados, Governo, CMVM, Banco de Portugal) prevê apenas o pagamento de 75% das aplicações até 500 mil euros (com limite de 250 mil euros) e de 50% para valores acima de 500 mil euros.

Por isso, estes lesados continuam a exigir a devolução na totalidade dos montantes que perderam, já que, segundo alegam, de início foi-lhes dito que o Novo Banco tinha ficado com uma provisão do BES nesse sentido, razão pela qual já fizeram várias manifestações este ano.

Nesta situação estão também milhares de emigrantes que investiram no BES e que se dizem enganados pela Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP), representativa de emigrantes lesados do BES.

O BES, tal como era conhecido, acabou em agosto de 2014, deixando milhares de pessoas lesadas devido a investimentos feitos no banco ou em empresas do Grupo Espírito Santo.