“Obrigado ao Governo de Portugal pelo seu apoio a esta solução pacífica para a crise na Venezuela. A nossa luta é pelo resgate da democracia, pela ajuda humanitária imediata e pela reconstrução do país”, escreveu hoje Juan Guaidó, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
O Governo português reconheceu hoje Juan Guaidó como Presidente interino venezuelano, apoiando a sua legitimidade para “convocar eleições livres e justas na Venezuela”.
“Portugal reconhecerá e apoiará a legitimidade do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como Presidente interino, nos termos constitucionais venezuelanos, com o encargo de convocar e organizar eleições livres, justas e de acordo com os padrões internacionais”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, numa conferência de imprensa em Lisboa.
Portugal juntou-se a outros países da União Europeia (UE), como Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Áustria ou Holanda, que hoje reconheceram o presidente da Assembleia Nacional (parlamento venezuelano), Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, após expirar um prazo de oito dias para que o Presidente Nicolás Maduro convocasse eleições presidenciais antecipadas naquele país.
Maduro rejeitou no domingo a possibilidade de abandonar o poder ou de convocar novas eleições presidenciais no país, porque não aceita “ultimatos de ninguém”.
A par das palavras dirigidas a Portugal, Juan Guaidó publicou nas últimas horas na rede social Twitter várias mensagens a agradecer aos vários países europeus que hoje formalizaram, de forma concertada, a sua posição.
A primeira mensagem a ser publicada foi dirigida a Espanha e ao chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez.
“Agradecemos a Pedro Sánchez e a todo o governo espanhol pelo reconhecimento e apoio ao nosso caminho de luta pela democracia. Obrigado pelo seu apoio e compromisso. A Venezuela está grata por esse gesto”, escreveu Guaidó.
Seguiu-se uma mensagem endereçada ao Reino Unido, com Juan Guaidó a expressar o seu agradecimento ao executivo britânico por ter reconhecido “a luta do povo da Venezuela”.
“Valorizamos profundamente o seu apoio e estamos confiantes de que juntos poderemos sair desta crise política, social, económica e humanitária”, acrescentou.
Juan Guaidó escreveu também palavras dirigidas ao Presidente francês, Emmanuel Macron, e ao governo de França.
“Juntos, vamos conseguir: fim da usurpação, governo de transição e eleições livres para o resgate da nossa nação”, referiu o presidente da Assembleia Nacional.
Áustria, Dinamarca e Polónia também receberam palavras de agradecimento por parte de Guaidó.
“Agradecemos ao governo da Áustria pelo reconhecimento da legitimidade das ações que iniciamos juntamente com todo o povo da Venezuela para a conquista das nossas liberdades e direitos”, afirmou o engenheiro mecânico de 35 anos que a 23 de janeiro se autoproclamou Presidente interino venezuelano.
Na mensagem endereçada a Copenhaga e a Varsóvia, Guaidó referiu o objetivo da realização de “eleições livres, justas e transparentes na Venezuela” e o compromisso de “resgatar a democracia, a liberdade e a justiça” da nação venezuelana.
Juan Guaidó remeteu também mensagens à Alemanha, Lituânia, Holanda, Letónia, República Checa, Bélgica, Finlândia e Luxemburgo, reiterando as metas e os compromissos a que se propõe: “(…) resgatar a democracia e o Estado de direito na Venezuela”, “(…) um caminho que permita uma solução democrática e pacífica para a crise (…)”, “(…) alcançar a liberdade (…) e reivindicar os direitos de todos os venezuelanos” e “um processo de paz, inclusão, consenso e respeito pela Constituição”.
Na quinta-feira, a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, anunciou a constituição de um grupo de contacto internacional para alcançar, em 90 dias, uma saída pacífica e democrática para a crise na Venezuela com a realização de eleições presidenciais.
A primeira reunião deste grupo realiza-se em 07 de fevereiro em Montevideu (Uruguai).
A atual crise política que afeta a Venezuela soma-se a uma grave crise económica e social que já levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem daquele país desde 2015, segundo dados da ONU.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
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