A lei estabelece que os empresários individuais estabelecidos nas quatro províncias do leste e sul da Ucrânia – Lugansk, Donetsk, Zaporijia e Kherson – devem registar-se no Sistema Unificado de Entidades Jurídicas da Rússia o mais tardar até 30 de junho próximo.

As empresas, por sua vez, devem fazer o mesmo até 31 de dezembro do próximo ano.

Além disso, as empresas de Donetsk e Lugansk devem cumprir a legislação russa correspondente aos seus documentos de incorporação a partir dessa mesma data, enquanto as de Zaporijia e Kherson devem cumprir a lei russa a partir de 30 de junho de 2024.

O Kremlin havia anunciado em outubro que era óbvio que o governo teria de lidar com esta questão, dado que existem “bens abandonados” em Donetsk, Lugansk, Zaporizjia e Kherson, e que estes, “claro, não podem ficar parados”.

“Temos que ativá-los. Alguém deve incluí-los no seu balanço”, disse na altura o porta-voz presidencial, Dmitry Peskov.

“Isto é perfeitamente normal porque é o território da Federação Russa”, disse, isto apesar de a Rússia não controlar completamente nenhuma das quatro províncias.

“Na Crimeia houve proprietários que abandonaram os seus bens quando a península se tornou russa. Muitos, nem todos, foram convidados a reclamar os seus direitos e a registar as suas empresas sob a jurisdição da Federação Russa”, disse.

Por isso, acrescentou, “já existe um precedente” a este respeito.

“Em todo o caso, os bens têm proprietários, e todos têm o direito, nos termos da lei russa, de reclamar os seus direitos sobre este ou aquele ativo, mas já com base no facto de ser território da Federação Russa”, esclareceu Peskov.

A Rússia lançou uma ofensiva militar a 24 de fevereiro na Ucrânia, com a ocupação de alguns territórios cuja anexação proclamou, mas sem reconhecimento por parte da comunidade internacional, que condenou a invasão e decretou sanções sem precedentes contra o regime de Vladimir Putin.