Numa nota publicada hoje no ‘site’ das Nações Unidas, o porta-voz de Guterres, Stephane Dujarric, afirmou que o secretário-geral da ONU “está a acompanhar com preocupação crescente a escalada de tensão na Venezuela”.
“Ficou chocado e entristecido por saber que alguns civis perderam a vida no contexto dos acontecimentos de ontem [sábado]. O secretário-geral apela a que a violência se evite a qualquer custo e a que a força letal não seja usada em nenhuma circunstância”, lê-se ainda na nota de Dujarric.
O porta-voz de António Guterres afirma ainda que o líder das Nações Unidas “apela à calma e insta todos os envolvidos a reduzir a tensão e desenvolver todos os esforços para evitar mais escaladas”.
No sábado, as forças leais a Nicolás Maduro impediram a entrada no país de ajuda humanitária, parte da qual enviada pelos Estados Unidos, pelas fronteiras terrestres com a Colômbia e o Brasil.
O dia ficou marcado por atos violentos na chegada da ajuda humanitária, com camiões incendiados na fronteira com a Colômbia e outros a regressar ao Brasil, registando-se pelo menos quatro mortos em confrontos e 285 feridos, e deserções entre as forças venezuelanas.
A entrada da ajuda humanitária tinha sido convocada por Juan Guaidó, líder do parlamento venezuelano e o autoproclamado Presidente interino da Venezuela.
Na rede social Twitter, Juan Guaidó anunciou no sábado que vai pedir formalmente à comunidade internacional que mantenha “abertas todas as opções para conseguir a libertação” do país.
“Os acontecimentos de hoje [ontem, sábado] obrigam-me a tomar uma decisão: propor formalmente à comunidade internacional que devemos manter abertas todas as opções para conseguir a libertação desta Pátria que luta e que continuará a lutar. A esperança nasceu para não morrer, Venezuela!”, escreveu Guaidó na sua conta oficial no Twitter.
Segundo dados da ONU, a grave crise económica e social que afeta a Venezuela levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015.
Em 2016, a população da Venezuela era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes, incluindo cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.
Comentários