Em declarações à imprensa a partir de Erbil (capital da região autónoma do Curdistão iraquiano), Guterres indicou que manteve “reuniões frutíferas” com as autoridades da região, em que foram discutidas as relações com Bagdad e formas de “passar da gestão constante da crise para um diálogo mais estruturado e institucionalizado, que é do interesse e benefício de todos”.

“Várias questões exigem acordo, incluindo: o orçamento federal de 2023, a lei de petróleo e gás, cooperação de segurança mais forte, a implementação rápida do acordo de Sinjar e a finalização do Diálogo de Kirkuk”, observou.

“Mas, nas minhas discussões aqui e em Bagdad, senti um compromisso genuíno de seguir em frente e exorto todos a traduzir esse compromisso em realidade”, afirmou Guterres.

Após seis anos sem visitar a região, o ex-primeiro-português voltou ao Iraque na terça-feira, numa visita que começou na capital iraquiana, Bagdad, e que também passou por um campo de deslocados internos e um centro de reabilitação no norte do país.

Posteriormente, António Guterres partiu para Erbil, onde manteve um encontro com funcionários do governo regional do Curdistão.

Com foco nas eleições no Curdistão iraquiano, o líder das Nações Unidas instou “todos a colocarem os interesses do povo na região do Curdistão do Iraque em primeiro lugar, apesar das diferenças”.

“Exorto todos a procurar o diálogo e a diplomacia e a exercer o máximo de contenção para evitar mais instabilidade e conter os riscos de uma escalada regional”, acrescentou.

Após as reuniões que teve na região, Guterres disse estar convencido de que “um progresso importante é agora inteiramente possível”, mas condicionou esse progresso a três pontos: “Diplomacia determinada, diálogo construtivo e coragem para fazer as concessões necessárias”.

As eleições parlamentares no Curdistão iraquiano foram adiadas em outubro do ano passado.