O Público noticia esta segunda-feira o "boom dos furtos de azulejos" entre 2016 e 2019, quando, com o aumento do números de turistas a visitar Portugal e a ter contacto próximo com a arte do azulejo, levar um pedaço de arte original passou a ser uma tentação.

"Qualquer turista que vinha a Lisboa queria levar um azulejo de recordação”, afirma Domingos Lucas, chefe da brigada das Obras de Arte da Polícia Judiciária, ao jornal, relatando situações em que vários colecionadores procuram as peças em mercados paralelos para garantir um azulejo autêntico.

“Há casas na Europa e nos Estados Unidos da América que têm painéis de azulejos que foram furtados em Portugal e que saíram por circuitos ilícitos”, revela João Oliveira, director do Instituto da Polícia Judiciária e Ciências Criminais.

No entanto, João Oliveira explica que mesmo sabendo onde estão alguns dos painéis furtados em Portugal, a PJ está de mão atadas: “Quando saem do país, a sua recuperação torna-se difícil, para não dizer quase impossível. Há circuitos minimamente organizados que, após os furtos, os fazem sair do país imediatamente”.

Há essencialmente duas razões, de acordo com o diretor. A primeira é que é "reciso fazer prova de que as pessoas que têm os azulejos em casa conhecem a origem ilícita dos mesmos". "E não é fácil estabelecer o nexo de causa e efeito entre aquilo que foi furtado e a noção de que o seu proprietário sabia que tinha origem ilícita.".

A segunda está relacionada com o facto de muitas das pessoas que adquirem estes azulejos os fixarem com argamassas e cimento. “Que fazemos? Trazemos as paredes inteiras? É uma impossibilidade objectiva e já nos aconteceu”, diz.

Por vezes ocorre uma terceira razão ligada mesmo à identificação exata dos painéis de azulejos.

Segundo o Público, a PJ tem desmantelado verdadeiras redes paralelas em que um único azulejo pode custar entre 300 e 400 euros. Entre o início de 2017 e maio de 2022, só na Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da PJ, deram entrada 31 inquéritos por furto e tráfico de azulejos.

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