Abu Obeida indicou igualmente, através da rede Telegram, que os guerrilheiros do Hamas receberam novas instruções sobre a forma de tratar os prisioneiros caso as tropas israelitas se aproximem.
“Após o incidente de Nuseirat, foram dadas novas instruções aos ‘mujahidin’ encarregados da guarda dos prisioneiros, relativamente ao seu tratamento, caso o Exército de ocupação se aproxime do local da sua detenção”, avisou o porta-voz, referindo-se ao resgate com vida de quatro prisioneiros, numa operação militar em junho, que custou a vida a mais de 200 palestinianos.
Este aviso surge num momento em que Israel lida com a recuperação de seis reféns mortos e que, segundo o chefe do Governo de Telavive, Benjamin Netanyahu, foram executados.
“A insistência de Netanyahu em libertar prisioneiros sob pressão militar, em vez de fechar um acordo, fará com que regressem às suas famílias em caixões”, prosseguiu o porta-voz, pouco depois de Netanyahu ter ameaçado em conferência de imprensa que o Hamas “pagará um preço muito alto” pela morte dos reféns.
“Apenas Netanyahu e o Exército de ocupação assumem total responsabilidade pelo assassínio dos prisioneiros, tendo violado deliberadamente qualquer acordo de troca”, acusou ainda o porta-voz.
O primeiro-ministro israelita pediu hoje perdão às famílias de seis reféns encontrados mortos na Faixa de Gaza e sepultados em Israel nos últimos dias.
"Peço perdão por não os ter trazido de volta vivos. Estivemos perto, mas não tivemos sucesso", afirmou Netanyahu numa rara conferência de imprensa, dirigindo-se às famílias dos reféns que estavam em posse do Hamas desde 7 de outubro de 2023.
O chefe do Governo acrescentou que mantém a intenção de controlar o Corredor de Filadélfia, entre a Faixa de Gaza e o Egito, um dos pontos de bloqueio nas negociações com o Hamas, e que não cederá a pressões.
Para o líder israelita, o assassínio de reféns não ocorre por causa da sua decisão sobre o Corredor de Filadélfia, “mas por causa do próprio Hamas”, referindo-se às seis vítimas encontradas mortas na Faixa de Gaza e levadas de volta para Israel pelo Exército no domingo.
Segundo o chefe do Governo de Telavive, os reféns foram executados pelo Hamas com um “tiro na nuca”.
O conflito foi desencadeado por um ataque do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, onde deixou cerca de 1.200 mortos e levou acima de 200 reféns.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, além de ter desestabilizado todo o Médio Oriente.
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