O movimento, no entanto, "está disposto a retomar as negociações quando Israel demonstrar seriedade para concluir um acordo de cessar-fogo" e sobre a libertação dos reféns em Gaza, em troca de presos palestinianos detidos em Israel, afirmou uma fonte do Hamas.
O anúncio aconteceu depois de, segundo o Hamas, bombardeamentos israelitas matarem 92 palestinianos no sábado, no campo de refugiados de Al Mawasi, no sul do território, perto de Khan Yunis, e 20 pessoas no campo de Al Shati na Cidade de Gaza, no norte do território.
Israel informou que tinha como alvos na área de Khan Yunis dois líderes do Hamas, Mohammed Deif e Rafa Salama - chefe do braço armado e comandante em Khan Yunis, respetivamente -, apresentados como "dois cérebros do massacre de 7 de outubro".
Rafa Salama morreu no bombardeamento, anunciou o Exército neste domingo, referindo-se a este como um dos "cúmplices próximos" de Mohamed Deif.
Deif, procurado por Israel há anos, foi quem anunciou num áudio divulgado pelo Hamas o início do ataque na manhã de 7 de outubro.
Deif conseguiu escapar de pelo menos seis tentativas de assassinato.
Um líder do Hamas afirmou que Mohamed Deif estava vivo. "Ele está bem e supervisiona as operações das Brigadas al-Qasam [o braço armado do Hamas] e da resistência", declarou.
"Massacre terrível"
A guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza começou a 7 de outubro, quando comandos islamitas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelitas.
O Exército de Israel calcula que 116 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, 42 das quais terão morrido.
Em resposta, Israel prometeu eliminar o Hamas e iniciou uma ofensiva que já matou 38.584 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.
O movimento islamista denunciou um "massacre terrível" no campo de Al Mawasi, um bombardeamento em que morreram essencialmente mulheres e crianças, segundo a Defesa Civil. Qatar e Egito também condenaram o ataque.
Para Netanyahu, a operação de sábado envia "uma mensagem de dissuasão" aos inimigos de Israel e contribui para enfraquecer o Hamas.
Ao mesmo tempo, o Exército de Israel prossegue com as operações na zona de Rafah, no sul, e na Cidade de Gaza, no norte do território, onde as tropas "eliminaram vários terroristas".
Duro golpe para as negociações
Após meses de apelos internacionais por um cessar-fogo, a decisão do Hamas de sair das negociações representa um duro golpe nos esforços dos mediadores para garantir uma trégua no território cercado, onde a situação humanitária é preocupante.
As tentativas diplomáticas começaram depois de, na semana passada, o Hamas ter aceitado negociar a libertação dos reféns sem um cessar-fogo permanente com Israel, que era uma das exigências do movimento.
O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Netanyahu no sábado de querer bloquear um cessar-fogo com "massacres odiosos", segundo um comunicado do movimento.
"A posição israelita (...) consiste em impor obstáculos que impeçam o alcançar de um acordo", denunciou Haniyeh, que, ao mesmo tempo, destacou o que chamou de "resposta positiva e responsável" do Hamas aos esforços dos mediadores.
Netanyahu sempre afirmou que pretende continuar com a guerra até obter a destruição do Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, e conseguir a libertação de todos os reféns.
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