“Reafirmamos a posição das fações da resistência de que quaisquer negociações devem conduzir ao fim total da agressão, à retirada do exército de ocupação da Faixa de Gaza e ao regresso dos deslocados aos seus locais de residência”, afirmou Haniyeh em mensagem publicada no serviço Telegram.
Afirmando ter mantido uma conversa telefónica com o secretário da Jihad Islâmica Palestiniana, Ziad Nakhaleh, Haniyeh lembrou também a necessidade de reconstruir a Faixa de Gaza e garantir um acordo “sério” de troca de reféns por prisioneiros palestinianos.
O anúncio oficial do grupo islamita palestiniano acontece cerca de cinco dias depois das reuniões realizadas em Paris com mediadores dos Estados Unidos, Egito e Qatar para analisar uma proposta de tréguas e de libertação de reféns aprovada por Israel e a qual o Qatar tinha garantido que o Hamas também tinha aprovado.
Porém, na quinta-feira, no Cairo onde as negociações continuam, uma delegação do grupo islâmico insinuou que não haveria tréguas caso Israel discordasse em libertar importantes prisioneiros palestinianos do Hamas ou do movimento palestiniano Fatah, segundo disseram fontes à agência EFE.
O Hamas exige a libertação de Marwan Barghouti, considerado um dos principais futuros candidatos à liderança da Autoridade Palestiniana e que cumpre cinco penas de prisão perpétua por planear ataques que mataram cinco israelitas durante a segunda intifada.
Outra libertação exigida é de Ahmed Saadat, chefe da Frente Popular para a Libertação da Palestina, condenado a uma pena de 30 anos por planear o assassinato do ministro israelita do Turismo, Rehevam Zeevi, em 2001.
A proposta de acordo, aprovada por Israel, prevê num primeiro momento a libertação de 35 civis sequestrados pelo Hamas em troca da cessação total, por 45 dias, das ações israelitas.
Israel libertaria ainda cerca de 100 prisioneiros palestinianos em troca de cada refém libertado pelo Hamas, ao mesmo tempo que haveria um aumento na entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Numa segunda fase, seriam libertados os militares e na última fase decorreria a devolução dos corpos de pelo menos 27 reféns, segundo fontes citadas pela EFE.
Israel e o Hamas chegaram a um acordo de tréguas, o único até ao momento, que durou entre 24 e 30 de novembro e permitiu a troca de 105 reféns, incluindo alguns estrangeiros, por 240 prisioneiros palestinianos.
A Faixa de Gaza, com 2,3 milhões de habitantes, tem estado sob constantes bombardeamentos e ataques de forças terrestres israelitas que provocaram mais de 27.000 mortos, segundo as autoridades do Hamas.
Trata-se da reação israelita ao ataque sem precedentes que sofreu em 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel e mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram centenas de reféns.
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