“António Costa tinha esta oportunidade de despartidarizar o Governo e aquilo que fez foi exatamente o oposto porque o objetivo de António Costa não foi equipar o Governo com as melhores pessoas, mas apenas manter os equilíbrios internos dentro do seu partido”, criticou, em declarações à agência Lusa, o deputado da IL Carlos Guimarães Pinto a propósito das mudanças hoje conhecidas no Governo.

Na opinião do liberal, o primeiro-ministro “continua a governar para o partido e não para o país”.

“Eu não sei se foi verdadeiramente António Costa que escolheu estes dois novos ministros ou se foi Pedro Nuno Santos porque estamos a falar de duas pessoas muito ligadas a Pedro Nuno Santos”, disse.

Carlos Guimarães Pinto defendeu ainda que “o Governo está neste momento muito fragilizado”.

“Fragilizado por todos estes casos que António Costa tende a subvalorizar, mas que tiveram um impacto no Governo e fragilizado porque tem um ministro das Finanças que está fragilizado”, enfatizou.

Para o deputado da IL, o que o primeiro-ministro sinalizou nesta remodelação foi “mais uma vez alguma fragilidade política que o Governo tem, algo que não se esperaria de um Governo com nove meses”.

“António Costa falou muito sobre estabilidade pela mesma razão que os índios falam muito sobre chuva: é porque não tem muita. Alguma vez aconteceu um Governo de maioria absoluta com nove meses viver neste clima permanente de instabilidade? Isto nunca aconteceu”, afirmou.

O primeiro-ministro, António Costa, propôs hoje os atuais secretários de Estado João Galamba e Marina Gonçalves, respetivamente para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação.

Pedro Nuno Santos demitiu-se das funções de ministro das Infraestruturas e da Habitação na passada quarta-feira à noite para “assumir a responsabilidade política” do caso da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis.

A demissão de Pedro Nuno Santos foi a terceira ocorrida no Governo na última semana de dezembro e a 11.ª a atingir um membro do executivo socialista de maioria absoluta.