São Jorge tem origem vulcânica, como todas as nove ilhas dos Açores, e integra o grupo central do arquipélago, de que também fazem parte Faial, Pico, Terceira e Graciosa.
A ilha está organizada administrativamente em dois concelhos, Velas e Calheta, onde vivem, respetivamente, 4.936 e 3.437 pessoas, segundo os dados provisórios dos censos da população de 2021.
Uma das principais atividades da ilha é a agropecuária, para produção, essencialmente, de queijo, um dos símbolos de São Jorge.
Mas é também na ilha, no concelho da Calheta, que está localizada a fábrica de conservas Santa Catarina, que fornece para todo o país e exporta para o estrangeiro.
Outro dos ex-líbris de São Jorge são as suas mais de 70 fajãs, que foram classificadas em 19 de março de 2016 Reservas da Biosfera da Unesco, a agência das Nações Unidas para a Educação e Cultura.
As Reservas da Biosfera são ecossistemas terrestres, costeiros e marinhos reconhecidos para responder ao desafio de conciliar a conservação da natureza com a presença humana, no sentido do desenvolvimento económico e social e da manutenção de valores e tradições culturais associados.
As fajãs são terrenos planos e férteis ao nível do mar que resultaram da acumulação de detritos na sequência de terramotos ou escoadas lávicas de erupções vulcânicas.
O clima mais ameno do que nos pontos mais altos da ilha fez das fajãs terrenos agrícolas e "a despensa" de São Jorge, por ser aí que são plantados muitos produtos hortícolas e frutícolas, como disse à Lusa Clímaco Ferreira da Cunha, em julho de 2014, quando lançou o livro “S. Jorge e as suas fajãs”.
As características únicas destes terrenos permitem até pequenas produções de produtos como o café, fazendo dos Açores o único local da Europa onde isso acontece.
“As fajãs eram de facto a despensa das pessoas de S. Jorge. A ilha é muito alta para produzir as sementeiras de batata, alhos e cebolas. Isso tudo era semeado e plantado nas fajãs”, afirmou Clímaco Ferreira da Cunha.
Além de serem ainda terrenos usados para a agricultura, as fajãs, algumas delas de difícil acesso, têm-se tornado também atração para turistas.
A crise sísmica que atualmente vive a ilha não é inédita e lembra outras recentes nos Açores, que acabaram por fazer vítimas mortais e destruir património e afetaram também São Jorge, como aconteceu em 1964, quando cinco mil pessoas foram retiradas da ilha.
Em 01 de janeiro de 1980, às 15:42 (16:42 em Lisboa), um sismo com intensidade de 7,2 na escala de Richter e epicentro no mar, a 35 quilómetros a sudoeste da cidade de Angra do Heroísmo, abalou as ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge.
Morreram cerca de 70 pessoas e mais de 20 mil ficaram desalojadas. Mais de 15.000 habitações ficaram danificadas ou mesmo totalmente destruídas, sobretudo, na ilha Terceira, que viu o centro histórico de Angra do Heroísmo classificado como Património Mundial da Humanidade em 1983, num reconhecimento dos trabalhos de reconstrução.
Em 1998, um terramoto com uma magnitude de 5,9 na escala de Richter provocou oito mortos, destruiu grande parte do parque habitacional do Faial e danificou cerca de 20% das casas da vizinha ilha do Pico, tendo também provocado danos em São Jorge.
As ilhas de São Jorge, Pico e Faial, próximas entre si, formam o designado "triângulo" do arquipélago dos Açores.
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