"Submetemos uma candidatura ao PDR 2020 [Programa de Desenvolvimento Rural] para a estabilização pós-incêndio, mas o programa está direcionado para intervir em espaços florestais na contenção de deslizamentos. Os taludes das estradas não são abrangidos por esta medida", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Arganil, concelho do distrito de Coimbra afetado pelo incêndio de 15 de outubro.

Segundo Luís Paulo Costa, não há qualquer instrumento financeiro para avançar com medidas nos taludes, sendo que são as infraestruturas que podem causar "mais problemas".

Num território montanhoso com 400 quilómetros de estradas municipais pavimentadas, a ausência de medidas para os taludes deixa a autarquia "preocupada", afirmou.

"Um município pequeno como Arganil não tem meios financeiros para dar uma resposta a todos estes problemas", realçou, referindo que tem tentado sensibilizar o Governo "para este problema grave".

De acordo com Luís Paulo Costa, a competência nesta área seria do Ministério da Administração Interna, face "ao risco acrescido que há ao nível da circulação automóvel".

"Para nós, a intervenção mais importante é nos taludes", explicou, vincando que a Serra do Açor está quase toda dentro do concelho de Arganil, sendo dos municípios mais montanhosos afetados pelo incêndio.

Para além disso, algumas das estradas de montanha não têm ‘rails' de proteção - "apenas cortinas de árvores que arderam com o incêndio".

Com a chuva que se tem verificado, já se registaram "umas dúzias de ocorrências de deslizamentos", realçou.

Questionada pela agência Lusa, a secretaria de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural confirmou que a tipologia das intervenções a apoiar no âmbito da estabilização de emergência "não enquadra intervenções em estradas ou taludes".

A agência Lusa tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos junto do Ministério da Administração Interna sobre se está previsto algum instrumento financeiro para esta área.

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