“Estou aqui pelo interesse nacional, aportando o meu conhecimento, humildemente, e uma das coisas que eu acho que vamos ter de fazer em breve é pedir ajuda internacional aos peritos para que eles nos ajudem a desenhar algumas soluções operacionais e outras mais estratégicas e para isto é melhor ir a Espanha, aos Estados Unidos ou à Austrália chamar pessoas para nos ajudarem”, disse Tiago Oliveira aos jornalistas, após a sua tomada de posse, realizada na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, quando questionado acerca da sua ligação ao setor da celulose.

“Nesse sentido, eu acho que posso aportar a experiência que eu tenho, esse esforço e essa rede de contactos internacional e também a capacidade e a dedicação de servir uma causa e o meu país”, acrescentou.

Tiago Martins Oliveira invocou a sua experiência como sapador florestal, além de engenheiro florestal, para afirmar que acredita ser “possível fazer melhor”, ser “mais eficiente” e, com uma estratégia colaborativa, “envolver as partes interessadas contra um inimigo comum”.

“Durante os próximos meses estaremos focados em contribuir em que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) e a GNR construam este sistema, assegurando que daqui a um ano ele seja avaliado, dotado de mecanismos de aprendizagem e capaz de melhorar sucessivamente”, afirmou.

No entanto, para o especialista, “as causas do problema são antigas e, portanto, vai levar tempo a corrigir”.

“O problema é regionalmente diferenciado, multiparticipado e, portanto, são diversas as soluções consoante o perfil de risco, os ativos e a capacidade local de assumir por si a questão desse mesmo risco”, disse, explicando que “será necessário ter uma estratégia global, mas contando com os atores a nível local”.

“A urgência de reduzir as ocorrências passa pela mudança de comportamentos em relação à floresta e às práticas de risco, o que exigirá educar a população estudantil através de um programa dedicado, mas também chegar a outros públicos menos jovens, como a população rural, envelhecida”, sublinhou.

O presidente da estrutura de missão afirmou que brevemente serão conhecidos outros membros desta organização.

Por seu lado, o primeiro-ministro, António Costa, destacou a necessidade de integrar a prevenção e o combate aos incêndios florestais, o reforço da prevenção e de “dar uma nova centralidade ao ICNF neste continuo de prevenir e combater os incêndios florestais”.

António Costa destacou ainda a necessidade de profissionalização, “através da introdução em todos os níveis do planeamento ao combate”, a valorização profissional e a mobilização das estruturas que o Estado já dispõe, como as forças armadas, e a “especialização, para garantir a tendencial segmentação entre os meios que estão alocados à proteção das pessoas e das povoações dos que são alocados preferencialmente à prevenção e ao combate dos incêndios no mundo rural”.

Na cerimónia estiveram também presentes outros membros do Governo, como os ministros da Agricultura e o da Administração Interna.