“Estamos numa situação de ventos de norte e noroeste muito significativos, que irão perdurar nas próximas horas e isso determinará significativas projeções de fumo na zona da Via do Infante e do litoral algarvio”, disse Eduardo Cabrita em declarações aos jornalistas na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em Carnaxide.

“A GNR reforçou já os seus mecanismos de vigilância rodoviária para garantia de segurança na Via do Infante mesmo que esta seja pontualmente afetada nalguns troços”, explicou o ministro.

“Queria transmitir uma mensagem de serenidade e tranquilidade, que é necessária”, disse, adiantando que o fumo “é sinal de que as operações de combate estão a ter sucesso”.

A combater as chamas em Monchique, segundo o ministro, estão mais de 1200 operacionais, 400 viaturas e 17 meios aéreos, entre os quais três no âmbito da cooperação com Espanha.

O incêndio que lavra há cinco dias passou a ter um nível de coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil.

Admitindo que o combate ao incêndio “decorre em condições muito adversas”, Eduardo Cabrita enalteceu a “notável resposta” operacional, tanto em Monchique como em outros incêndios “de dimensão perigosa” que deflagraram sábado na zona de Vale do Tejo e que “passaram rapidamente à fase de rescaldo”.

“Houve uma intervenção operacional muito significativa”, disse Eduardo Cabrita, recordando que, desde o início do ano, houve mais de sete mil fogos em Portugal, todos sem vítimas, e ressalvando que, neste momento, "é tempo de combate e não de balanço".

Numa declaração à comunicação social depois de ter presidido à reunião técnico-operacional do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), na Autoridade Nacional de Proteção Civil, Eduardo Cabrita lembrou que o país atravessa, desde quinta-feira, circunstâncias meteorológicas excecionais com temperaturas elevadas, ventos e humidade relativa.

Face a estas circunstâncias, adiantou, o sistema respondeu a mais de 500 incêndios rurais - alguns com dimensões perigosas, como os de Santarém, Castelo Branco e Marvão - de forma notável “porque permitiu eliminar rapidamente sem verificação de qualquer risco ou vítimas”.

O incêndio rural deflagrou na sexta-feira em Monchique, no distrito de Faro, e, segundo um balanço feito na segunda-feira pela Proteção Civil, já atingiu uma área entre 15.000 e 20.000 hectares e levou à retirada de 250 pessoas.

Há 29 feridos ligeiros e um grave.