Em declarações à Lusa, Ana Catarina Mendes frisou que a situação não deve constituir "uma arma de arrenesso político", defendendo que o caso tem que ser visto "com objetividade, com critério, com rigor", pois as pessoas que foram afetadas merecem esse respeito.

"Continuo a achar que a direita está a politizar demasiado esta situação, não vale tudo na política à conquista de votos", sublinhou, acrescentando que deve ser feito tudo o que estiver ao alcance do Estado português para ajudar estas famílias "a recuperarem os seus bens materiais e as perdas que tiveram em termos familiares".

Ana Catarina Mendes falava à Lusa à margem da apresentação dos candidatos do PS à Câmara Municipal de Faro, cuja lista é encabeçada pelo deputado António Eusébio, que já presidiu à autarquia vizinha de São Brás de Alportel durante doze anos.

"Estamos em agosto e costuma ser uma época propícia para alguns disparates, mas o que não pode acontecer em política é utilizar o sofrimento humano como arma política porque isso é desrespeito pelas pessoas", concluiu.

O PSD considerou hoje que é o medo que haja algum "salpico político" para o Governo que está a levar o PS a politizar e a retardar o mecanismo extrajudicial de indemnizações às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande.

No dia em que o DN noticiou que PSD, CDS-PP e PCP, com o apoio do BE, querem aprovar, no parlamento, esse diploma logo em setembro, após as férias de verão, o PS criticou a pressa destes partidos, afirmando não ter "objeções de princípio" ao diploma.

"Esta recusa do PS, esta cegueira do PS, este medo do PS que haja algum salpico político para o Governo é que está a politizar a questão, sem necessidade nenhuma. O que está em causa são as pessoas, não é o Governo", criticou o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Carlos Abreu Amorim, em declarações à agência Lusa.