“O grupo municipal da IL não acredita na boa preparação naquilo que compete ao Governo para a JMJ. Está a câmara já com planos de contingências para quando os planos do Governo falharem? […] Caso não fizeram, façam, façam já, a correr, esta semana, antes que alguma coisa muito séria corra mal”, declarou o deputado da IL Miguel Ferreira da Silva.

No plenário da Assembleia Municipal de Lisboa, Miguel Ferreira da Silva disse que ficou “muito preocupado com o espetáculo dado pelo coordenador do Governo [José Sá Fernandes] que quis passar a imagem que estava tudo muito bem pensado e há muito tempo”, afirmando que “não foi esse o caso”, em especial sobre o plano de mobilidade.

Em representação da câmara, a vereadora Filipa Roseta (PSD) referiu que as indicações do presidente do executivo municipal, Carlos Moedas (PSD), é para que se “antecipe tudo”, prevendo todos os problemas para se conseguir responder em todas as áreas.

“A câmara está a dar o seu melhor”, afirmou a vereadora, referindo que a JMJ “é um evento sem paralelo na história da cidade”, pelo que se está a trabalhar “para resolver os problemas que existam e que possam aparecer”.

Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

Também da IL, Rodrigo Mello Gonçalves perguntou sobre as restrições da mobilidade suave nas zonas amarelas da JMJ. O deputado independente do Cidadãos Por Lisboa (eleito pela coligação PS/Livre) Miguel Graça questionou se as restrições se aplicam também a quem tem a sua própria bicicleta ou trotineta.

Em resposta, Filipa Roseta esclareceu que essas restrições se justificam porque “os próprios transportes para dar apoio à mobilidade suave não podem circular”, mas tal aplica-se apenas aos veículos partilhados e de aluguer, pelo que os de propriedade privada podem circular.

A IL perguntou ainda sobre a preparação do próximo orçamento municipal, inclusive as prioridades definidas, porque quer cooperar para que o documento seja viabilizado, tendo a vereadora referindo que esse processo será fechado em setembro, adiantando que se prevê uma redução do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) devido à incerteza do mercado imobiliário, o que pode alterar o exercício orçamental.

Do grupo municipal do Chega, Felicidade de Alcântara questionou sobre o reforço da Polícia Municipal de Lisboa, ao que o vereador da Segurança, Ângelo Pereira (PSD), disse que existe “um défice elevado” de efetivos, estando “em risco” a capacidade operacional à cidade, porque existem 424 agentes quando o quadro definido é de 857 elementos policiais.

“Para assegurar um nível normal de operacionalidade deveríamos ter 600 agentes”, apontou o vereador, referindo que, desde o início do mandato, em outubro de 2021, tem solicitado ao Governo esse reforço, que dependente dos recursos da Polícia de Segurança Pública (PSP).

“Estamos a viver uma situação crítica na Polícia Municipal de Lisboa, principalmente agora na JMJ que vai receber mais de um milhão de pessoas”, reforçou Ângelo Pereira, apelando à bancada do PS para ajudar a fazer pressão junto do Governo.

Relativamente à abertura de esquadras na cidade, o vereador explicou que existe um acordo com o Governo, assinado no anterior mandato, mas “está quase tudo por cumprir”, dando como exemplo a nova esquadra de São Domingos de Benfica que está pronta há dois anos e que ainda não abriu.

O deputado do PSD Carlos Reis adiantou que o Conselho Municipal de Segurança, realizado em maio, concluiu que “é absolutamente necessário e urgente o reforço do número de polícias nas ruas da cidade”, pedindo a transferência de, no mínimo, 150 agentes para a Polícia Municipal de Lisboa.

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