No requerimento dirigido à presidente da comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores elétricos, proposta pelo BE, o PCP refere que "sem prejuízo das propostas já entregues por outros partidos relativamente às audições no âmbito desta comissão", acrescenta mais oito personalidades a ouvir e um pedido sobre um conjunto de documentos.

O PCP quer, assim, que também prestem depoimento na comissão de inquérito o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Luís Amado, o presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, o presidente executivo da REN, Rodrigo Costa, e o responsável pela Iberdrola Portugal.

Os comunistas pretendem ainda ouvir o ex-presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP e ex-ministro das Finanças, Eduardo Catroga e o ex-ministro da Indústria e Energia Luís Mira Amaral.

A presidente do Conselho da Autoridade da Concorrência, Margarida Matos Rosa, e o professor catedrático do IST Clemente Pedro Nunes são as outras personalidades que o PCP quer na comissão de inquérito.

Os requerimentos apresentados pelos partidos com as personalidades a ouvir na comissão de inquérito às rendas excessivas da energia serão votados na próxima semana, na reunião agendada para dia 14.

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, conferiu em 23 de maio posse à comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, proposta pelo BE, e cuja presidente é a deputada do PSD Maria das Mercês Borges.

Os vice-presidentes escolhidos foram Carlos Pereira (PS) e Bruno Dias (PCP), tendo o PSD direito a sete deputados, o PS a seis e os restantes grupos parlamentares do BE, CDS-PP, PCP e PEV a um deputado cada.

A Assembleia da República aprovou em 11 de maio, por unanimidade, a proposta do BE para constituir esta comissão parlamentar de inquérito, que vai abranger todos os governos entre 2004 e 2018.

Um dos objetos da comissão de inquérito é a "existência de atos de corrupção ou enriquecimento sem causa de responsáveis administrativos ou titulares de cargos políticos com influência ou poder na definição das rendas no setor energético".