Com a presença da secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, a Associação Inspirar o Futuro iniciou hoje em Santarém mais uma etapa do roteiro “Yorn Inspiring Future”, que vai levar a alunos do 12.º ano de mais de 250 escolas do país informação e incentivo para o acesso ao ensino superior.

Eduardo Filho, presidente da associação, disse à Lusa que a iniciativa, iniciada no ano letivo 2013/2014, começou hoje uma etapa que vai levar a equipa do “Inspiring Future”, nos próximos meses, a 80 escolas secundárias de Lisboa e dos distritos à volta – Santarém, Setúbal, Leiria – e a outras 80 do Norte do país – Porto, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu -, que se seguem às cerca de 35 do Sul e do interior do país visitadas em outubro e novembro últimos.

Visando “ajudar os alunos a fazerem a transição para o ensino superior”, as sessões que decorrem ao longo de uma manhã em cada escola proporcionam aos alunos do 12.º ano, tanto das áreas científico-humanísticas como do ensino profissional, o contacto com as instituições, 'workshops' temáticos e uma sessão sobre o acesso ao ensino superior, para esclarecer dúvidas habituais no processo de candidatura, mas também para os “inspirar para que prossigam estudos”.

Nesta matéria, as sessões que aconteceram hoje na Escola Secundária Sá da Bandeira contaram com uma “aliada”, a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Fernanda Rollo insistiu junto dos alunos que o estudo é um “direito inalienável” de que não podem abdicar, pedindo que não desistam perante as dificuldades e que reclamem junto das instituições pelos apoios a que têm direito.

Citando os números que mostram as vantagens de se ter formação superior – 82% a 84% de maior probabilidade de encontrar emprego e de uma progressão salarial mais favorável -, Fernanda Rollo referiu o trabalho que está a desenvolver com o Ministério da Educação, para procurar alterar o facto de apenas um em cada três jovens seguir para o ensino superior.

Aos alunos do ensino profissional, que assistiram ao ‘workshop’ “Como sobreviver de salto alto e gravata”, a secretária de Estado frisou que a via profissional não pode ser menorizada, destacou a importância das competências adquiridas e de, com elas, prosseguir a formação, seja nas Universidades ou nos Politécnicos, onde passaram a existir cursos que não exigem exame de acesso e que são igualmente de nível superior (os TESP, cursos Técnicos Superiores Profissionais).

Lamentando o “estigma” e as “ideias erradas” criadas no país, Fernanda Rollo pediu aos alunos para não se deixarem marginalizar nem pensar que o ensino superior não está ao seu alcance, apelando a que “trabalhem muito” e não desistam, porque o país precisa de todos.

Eduardo Filho disse à Lusa que as sessões que a associação vem promovendo ajudam os alunos a “pensar com consciência qual a profissão, o curso que vão querer tirar”, mas também, perante o mercado de trabalho, como vão construir o seu percurso profissional, “que não passa só pela questão académica, mas também por todas as outras competências que vão ter que desenvolver enquanto ainda estão numa licenciatura”.

A Associação Inspirar o Futuro surgiu da perceção que teve, quando trabalhou no gabinete de acesso ao ensino superior, de que, apesar de toda a informação disponível online e das várias iniciativas existentes, os alunos faziam a candidatura “com muito pouca informação, muito pouca consciência, com alguns erros”.