Segundo afirmou o dirigente militar em conferência de imprensa, o grupo palestiniano “lamentará” ter lançado o ataque surpresa a Israel de 07 de outubro, que se saldou na morte de mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e na captura de 220 reféns, desencadeando o conflito em curso.

Também prosseguem os bombardeamentos israelitas sobre Gaza, que mataram já quase 6.000 palestinianos, 40% dos quais crianças, 22% mulheres e 5% idosos, de acordo com o Ministério da Saúde local.

Por seu lado, os combatentes palestinianos da Faixa de Gaza — enclave palestiniano pobre desde 2007 controlado pelo Hamas, grupo classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – continuam a lançar projéteis para território israelita, e hoje voltaram a soar os alarmes antiaéreos no centro do país e em Telavive.

Com cerca de 360.000 reservistas convocados e uma multidão de tropas mobilizadas em torno da Faixa de Gaza, uma das incógnitas das últimas semanas tem sido a data em que ocorrerá a invasão terrestre, uma coisa que é quase unanimemente dada como garantida, mas que primeiro parecia iminente e agora está a ser adiada, enquanto Israel calcula todas as implicações que terá.

“Preparámo-nos para isso. O Exército israelita e o comando Sul prepararam planos ofensivos de qualidade para alcançar os objetivos da guerra”, disse hoje Halevi, assegurando que as tropas “estão prontas para a operação”.

Ainda assim, acrescentou que há questões “táticas e estratégicas” que estão a atrasar a invasão, enquanto Israel continua a atacar alvos do Hamas para “matar terroristas, destruir infraestruturas e recolher informações secretas para a fase seguinte”.

Segundo alguns órgãos de comunicação social, entre as preocupações de uma operação terrestre estão as armadilhas que os combatentes palestinianos poderão deixar, os combates num contexto de guerrilha urbana num lugar que Israel não controla, ou os quilómetros de túneis subterrâneos da Faixa de Gaza cuja existência desconhece, o que poderia causar muitas vítimas mortais do lado israelita.

A isto acresce outra questão delicada, os pelo menos 220 reféns que continuam em cativeiro em Gaza, um dos elementos que poderá até agora ter impedido a ofensiva terrestre israelita.

De acordo com a imprensa israelita, os Estados Unidos pediram ao Governo de Israel que adie um pouco mais a invasão e dê prioridade à libertação dos reféns, entre os quais há crianças, mulheres e anciãos, tanto israelitas como estrangeiros, incluindo vários cidadãos norte-americanos.

Até agora, o Hamas libertou quatro reféns: uma mulher e a filha, ambas norte-americanas, e duas idosas israelitas, na noite passada.