Os resultados da descoberta são descritos em dois estudos distintos, publicados nas revistas Current Biology e Nature Cell Biology.
A descoberta, segundo a equipa de cientistas, pode abrir caminho para tratamentos de doenças musculares ou de lesões provocadas pela prática desportiva intensiva.
Quando o músculo esquelético (tecido muscular unido aos ossos) funciona normalmente e contrai, o núcleo das células musculares está na periferia da célula.
Em caso de doença como distrofia ou miopatia, lesão ou perda de massa muscular (que ocorre com o envelhecimento), o núcleo da célula muscular está no centro da célula.
Os investigadores descobriram que o nível de rigidez do núcleo das células do músculo, que o coordenador da equipa Edgar Gomes compara a uma bola, condiciona os movimentos e a posição desse núcleo nas células.
Se a ‘bola’ for demasiado mole ou dura, o músculo deixa de funcionar bem: é o que acontece em caso de doença, lesão ou perda de massa muscular.
O “meio-termo” corresponde à “situação normal da célula”, significando que o músculo está a funcionar bem, disse à Lusa Edgar Gomes.
“Se conseguirmos controlar a rigidez do núcleo com drogas, com tratamentos, isso poderá corrigir o posicionamento do núcleo e melhorar o funcionamento do músculo, afirmou.
Ao observarem o mecanismo em tecido de músculo produzido a partir de células de ratinhos, os investigadores do iMM descobriram igualmente várias proteínas que ativam a contração do músculo e fazem com que o núcleo das células musculares se posicione na periferia.
De acordo com Edgar Gomes, essas proteínas estão afetadas em doenças ou lesões musculares.
O seu grupo de investigação está agora a estudar, a partir de tais proteínas, potenciais alvos terapêuticos para doenças musculares como as miopatias.D
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