Num ‘briefing’ de antecipação da Cimeira, que decorrerá de 09 a 11 de julho na capital norte-americana e em que se assinalarão os 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), o embaixador John Bass, secretário-adjunto interino para Assuntos Políticos dos Estados Unidos, indicou que serão debatidas formas de melhorar e reforçar a defesa coletiva dos aliados, “numa época em que há um conjunto de ameaças em evolução que transcendem aquelas que os membros originais da aliança enfrentaram” inicialmente.
Isso inclui garantir a continuação de “investimentos robustos nas respetivas indústrias de Defesa”, bem como garantir que a Ucrânia saia vencedora da ”guerra de agressão russa em curso”, disse Bass na conferência de imprensa na noite de segunda-feira, acompanhada pela Lusa.
Também a questão da possível adesão da Ucrânia à NATO pairará sobre a Cimeira, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a dizer no mês passado que, durante o evento do próximo mês, serão tomadas “medidas concretas” para aproximar a Kiev da Aliança Atlântica e “garantir que haja uma ponte para a adesão, uma ponte que seja forte e bem iluminada”.
Questionado sobre as palavras de Blinken, Bass salientou que a Ucrânia, como aspirante a membro da Aliança, “está numa posição qualitativamente diferente” da de outros países que pretendem aderir, ou aderiram, à NATO.
Kiev “está nesta posição, em parte devido aos mais de dois anos de conflito ativo em que defende a sua liberdade, a sua soberania e integridade territorial, com enorme apoio dos atuais membros da Aliança e com uma evolução constante na táticas e equipamentos e nas capacidades que os aliados e parceiros forneceram aos militares ucranianos”, argumentou.
O diplomata sustentou que, neste momento, a Ucrânia está ativamente empenhada na sua defesa “e, mais importante ainda, na defesa dos princípios que sustentam o Tratado de Washington e a aliança desde a sua criação”, advogando que essa posição diferenciadora será enaltecida pelos vários líderes que participarão na Cimeira.
“Isso é bastante diferente das circunstâncias sob as quais outros aliados geralmente aderiram no passado. E por isso penso que, sem prefigurar linguagens específicas na cimeira, veremos – estou confiante – líderes a refletirem esta diferença qualitativa única que temos visto na Ucrânia ao longo dos últimos dois anos”, reforçou.
Na semana passada, John Bass esteve em Kiev, onde se reuniu com altos funcionários do Governo ucraniano para sublinhar o apoio duradouro dos Estados Unidos à democracia, soberania e integridade territorial da Ucrânia face à agressão de Moscovo.
Aos jornalistas, o secretário manifestou-se “bastante impressionado” com o facto de líderes ucranianos estarem empenhados em fornecer aos países que os têm apoiado ”perspetivas sobre as lições que estão a aprender acerca da aplicação de novas tecnologias inovadoras no campo de batalha, seja a nível ofensivo ou defensivo”, e a forma como estão já ”a pensar num futuro em que contribuam para a segurança coletiva”, apesar de estarem sob ataque.
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