Nas mesmas declarações, citadas pelas agências internacionais, Abbas Araghchi também instou o Ocidente a tentar reavivar o acordo nuclear firmado em 2015.
Araghchi recordou que, durante o seu primeiro discurso no parlamento iraniano, já tinha sublinhado a necessidade de levantar as sanções ocidentais contra Teerão, nomeadamente as impostas unilateralmente, através da diplomacia e das negociações, mas “respeitando sempre os princípios fundamentais da região”
Estas declarações foram feitas à agência de notícias japonesa Kyodo, a primeira entrevista do novo chefe da diplomacia iraniana a um ‘media’ estrangeiro.
A nomeação de Araghchi e dos restantes ministros do novo Governo iraniano foi confirmada na quarta-feira pelo parlamento da República Islâmica.
O chefe da diplomacia iraniana declarou que é um “passo decisivo” conseguir a normalização das relações com a comunidade internacional, que se têm agravado precisamente desde que os Estados Unidos decidiram unilateralmente abandonar o acordo nuclear de 2015.
O próprio Araghchi participou como vice-ministro dos Negócios Estrangeiros nas negociações do acordo que foi firmado em julho de 2015 entre a República Islâmica do Irão, o grupo P5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e, mais tarde, Alemanha), e a União Europeia (UE).
Há quase uma década, Teerão aceitou reduzir o seu programa nuclear em troca das Nações Unidas e da comunidade internacional levantarem as sanções económicas que sufocavam a economia iraniana. No entanto, em 2018, o então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump decidiu retirar Washington do acordo.
Em reação, o Irão rompeu progressivamente com os compromissos assumidos no âmbito do acordo internacional.
Araghchi lidera um dos 19 ministérios que compõem a equipa governativa do Presidente iraniano, Masud Pezeshkian, que na quarta-feira obteve a aprovação do parlamento para todos os seus ministros, algo que não acontecia desde o mandato de Mohammad Khatami há mais de duas décadas.
Diplomata de profissão, Araghchi fez carreira como embaixador na Finlândia, Estónia e Japão, e é visto como um defensor da melhoria das relações com o Ocidente, embora com uma posição crítica em relação aos Estados Unidos.
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