“Qualquer tipo de ataque que seja efetuado é uma linha vermelha para nós. Fizemos todos os preparativos para contrariar um ataque”, disse Araqchi numa entrevista à emissora turca NTV.
Questionado sobre a possibilidade de um ataque israelita contra as instalações nucleares iranianas, o ministro respondeu: “Se houvesse um ataque desse tipo, eles sofreriam um ataque semelhante em retaliação”.
“Dispomos agora de informações sobre todos os alvos em Israel. Não nos atrasaríamos, mas também não nos apressaríamos”, acrescentou o ministro iraniano.
Israel possui um reator nuclear para fins de investigação na cidade de Dimona, no deserto do Negev, e não confirmou nem negou o fabrico e a posse de armas nucleares.
Abbas Araqchi chegou à Turquia na sexta-feira passada para se juntar aos seus homólogos russo, turco, arménio e azerbaijanês na terceira reunião da Plataforma 3+3 do Cáucaso, e sábado teve uma reunião bilateral com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan.
Numa conferência de imprensa após a reunião, Araqchi disse que “a expansão da guerra (por Israel em Gaza e no Líbano) na região é uma séria ameaça”, e que o Irão estava “preparado para todas as opções”.
No entanto, acrescentou que Teerão “quer a paz” e apelou a um cessar-fogo urgente e duradouro em Gaza e no Líbano.
Por seu lado, o presidente do Parlamento iraniano, Mohammad Baqer Qalibaf, advertiu hoje a União Europeia (UE) para não testar a vontade de Teerão ao apoiar os Emirados Árabes Unidos (EAU) na disputa com o Irão por três ilhas estratégicas no Golfo Pérsico.
“É melhor para a sua existência que não ponham à prova a vontade da nação iraniana de consolidar este princípio”, insistiu Qalibaf numa sessão plenária do Parlamento, informou a IRNA.
Qalibaf disse que “a UE e outras pessoas insolentes” deveriam saber que as três ilhas de Tunb Maior, Tunb Menor e Abu Musa “são partes inseparáveis do Irão e ninguém se atreverá a fazer nada contra este princípio indiscutível”.
A UE e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), na declaração final da sua cimeira conjunta de quarta-feira, apelaram ao Irão para “pôr fim à ocupação das três ilhas” e acusaram-no de violar a soberania dos Emirados Árabes Unidos e os princípios da Carta das Nações Unidas.
“Em vez de gastar a sua energia a travar a máquina de guerra do regime sionista (Israel), o CCG continua a fazer afirmações infundadas sobre a integridade territorial da República Islâmica do Irão”, repudiou Qalibaf.
O motivo do diferendo é o facto de estas ilhas serem estratégicas devido à sua posição no Golfo Pérsico, uma vez que favorecem a navegação à entrada do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 35% do petróleo comercializado por via marítima.
A soberania das três ilhas é, há anos, objeto de disputa entre o Irão e os EAU.
O país árabe considera que estas ilhas, que formam um arquipélago, são historicamente suas e que foram ilegalmente ocupadas pelo Irão em 1971.
Este litígio vem juntar-se a um outro, muito publicitado, entre o Irão e os países vizinhos sobre o campo petrolífero de Al Dorra, neste caso com o Kuwait e a Arábia Saudita.
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