O líder iraniano fez esta declaração depois de falar separadamente ao telefone com os líderes dos movimentos armados palestinianos Hamas, Ismail Haniyeh, e da Jihad Islâmica, Ziad al-Nakhala, que acolheu separadamente em junho, em Teerão.
O Irão mantém relações estreitas com os dois movimentos palestinianos e foi um dos primeiros países a saudar a ofensiva do Hamas lançada no sábado.
“O Irão apoia a autodefesa da nação palestiniana. O regime sionista e os seus apoiantes […] devem ser responsabilizados neste caso”, disse o Presidente Raïssi na sua mensagem dirigida “à nação palestiniana”.
“Os governos muçulmanos deveriam juntar-se à comunidade muçulmana no apoio à nação palestina”, acrescentou.
O governante concluiu a sua mensagem saudando o Hamas e a Jihad Islâmica pelo nome: “Saudações à resistência da Palestina, do Líbano e da Síria, ao Iraque, ao Afeganistão e ao Iémen, saudações à heroica e resistente Gaza, saudações ao Hamas e à Jihad e a todos os grupos de resistência.”
Israel e a Faixa de Gaza estão em guerra após uma ofensiva militar realizada na manhã de sábado pelo Hamas, que disparou milhares de foguetes, infiltrou combatentes em território israelita e capturou israelitas, mantidos ainda como reféns.
Mais de 600 pessoas foram mortas do lado israelita e cerca de 370 do lado palestiniano, segundo relatórios provisórios de fontes dos dois territórios.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, o general Mohammad Bagheri, elogiou hoje a “complexa operação” lançada por “grupos de combatentes palestinianos”.
É o “produto da ira sagrada que o inimigo sionista plantou na nação palestiniana oprimida e que deve agora colher”, acrescentou em comunicado.
Por seu lado, Ali Akbar Velayati, conselheiro do líder supremo iraniano Ali Khamenei, previu que esta “operação vitoriosa” irá “acelerar a queda do regime sionista”.
Um alto funcionário americano indicou no sábado que era “muito cedo para dizer” se o Irão estava diretamente envolvido na ofensiva lançada pelo Hamas. No entanto, acrescentou que “não há dúvidas” sobre o facto de o Hamas ser “financiado, equipado e armado”, entre outros, pelo regime de Teerão.
Na noite de sábado, manifestantes reuniram-se na Praça Felestin (Palestina), em Teerão, agitando a bandeira palestiniana. “A grande libertação começou”, proclamava em árabe uma enorme faixa exposta na fachada de um edifício.
Numa outra praça da capital iraniana, outro painel gigante foi instalado, mostrando o xadrez preto e branco do ‘keffiyeh’ (lenço) palestiniano cobrindo a bandeira israelita branca e azul, com a inscrição “Inundação de Al-Aqsa”, nome da operação do Hamas.
A República Islâmica do Irão não reconhece o estado israelita e o apoio à causa palestiniana tem sido uma constante na sua política externa desde a revolução de 1979.
Em resposta ao ataque surpresa do Hamas – grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia –, as autoridades israelitas bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizaram como “Espadas de Ferro”.
A troca de tiros prossegue hoje, com numerosos foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza e bombardeamentos israelitas contra centenas de alvos do Hamas no enclave palestiniano.
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