“É muito, muito importante para nós que a investigação ao acidente seja feita de forma independente e credível […], conduzida à luz das leis internacionais”, declarou o porta-voz da Comissão Europeia para a área dos Transportes, Stefan de Keersmaecker.
Falando na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, o responsável notou que, “neste momento, ainda não existem conclusões nem certezas sobre as causas do acidente”.
“Estamos a aguardar os resultados da investigação em curso”, apontou.
Também presente na ocasião, a principal porta-voz do executivo comunitário, Dana Spinant, assinalou que “assim que foram divulgadas as notícias sobre o trágico acidente de avião, na quarta-feira de manhã, a presidente [da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen] e o Alto Representante para a Política Externa [Josep Borrell] enviaram as suas condolências e apelaram a uma investigação internacional credível e independente para apurar as causas”.
Autoridades norte-americanas, canadianas e britânicas declararam que é "altamente provável" que o Irão tenha abatido acidentalmente o avião civil, mas a Autoridade da Aviação Civil do Irão disse hoje ter a “certeza” que o Boeing “não foi atingido por um míssil”.
O aparelho descolou de Teerão, com destino a Kiev, despenhando-se dois minutos após a descolagem.
O Governo da Ucrânia informou que 83 iranianos, 63 canadianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos morreram quando o avião ucraniano em que seguiam se despenhou hoje nos arredores de Teerão.
A Ucrânia enviou para Teerão uma equipa de 45 investigadores para estudar as causas do desastre aéreo.
O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.
Hoje, a porta-voz Dana Spinant foi ainda questionada sobre recentes falhas técnicas nas aeronaves na companhia aérea Boeing, que provocaram três trágicos acidentes em menos de seis meses, tendo indicado que a Comissão Europeia “está a monitorizar a situação”, sem mais comentários.
A queda de um avião Boeing 737 NG da transportadora ucraniana International Airlines na quarta-feira em Teerão deve agravar a crise de confiança em que está mergulhado o construtor norte-americano, apesar de ainda se desconhecerem as causas.
Depois de dois acidentes trágicos, que provocaram 346 mortos, envolvendo outro modelo de aparelho, o 737 MAX, a reputação do construtor aeronáutico está fortemente posta em causa.
Além deste acidente em Teerão, registaram-se outros dois trágicos acidentes nos últimos meses, na Indonésia (2018) e na Etiópia (2019).
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