O caça, equipado com radares polivalentes, foi aprovado com louvor nos voos de teste e, em princípio, fará um voo público na quarta-feira, informou a agência Tasnim, citada pela agência France-Presse,

As imagens do evento mostram o presidente iraniano Hassan Rohani na cabine do avião durante o dia nacional da indústria de defesa.

"Quando falo da nossa capacidade de defesa, isto significa que procuramos uma paz duradoura", afirmou Rohani num discurso exibido na televisão pública iraniana.

"Alguns pensam que quando se aumenta a força militar, estamos à procura da guerra. Mas nós procuramos a paz e não queremos a guerra", completou o presidente iraniano.

"Se não tivermos meios de dissuasão, isto dará luz verde aos outros para que entrem no país", disse Rohani.

"Menos custos"

Rohani, presidente há cinco anos e em dificuldades depois de os Estados Unidos abandonarem o acordo nuclear e restabelecerem as sanções económicas contra Teerão, esforça-se em busca de um equilíbrio entre moderação e dissuasão.

"Com algumas frases, se pode começar um combate. Com algumas ações militares, se pode começar um confronto. Mas isso será oneroso", afirmou, numa aparente alusão aos seus opositores radicais, que adotam um tom cada vez mais belicista em relação aos Estados Unidos.

Rohani defende uma proteção do país de "menos custos".

No passado sábado, o ministro iraniano de Defesa, Amir Hatami, anunciou a apresentação do novo avião, com o argumento de que o Irão procurava melhorar a sua capacidade balística para responder às "ameaças" de Israel e dos Estados Unidos.

“Os nossos recursos são limitados, mas adaptamos os nossos mísseis em função das ameaças e ações de nossos inimigos, como meio de dissuasão ou de resposta devastadora", disse o ministro iraniano da Defesa.

A apresentação coincide com um período de fortes tensões entre o Irão e os Estados Unidos.

Depois do acordo nuclear concluído em 2015 entre Teerão e vários países, os Estados Unidos resolveram restabelecer a 6 de agosto uma primeira série de sanções contra o Teerão e advertir os países que mantêm as relações comerciais com o país.

Os Estados Unidos deram um prazo de 90 a 180 dias para que as empresas se retirem do Irão e seja lançada uma nova série de sanções no setor dos hidrocarbonetos, prevista para novembro.

Os países europeus, que assinaram o acordo em 2015 para impedir o Irão de dotar-se de armas nucleares, querem manter o texto do acordo, mas por receio de penalizações dos Estados Unidos, um grande grupo de empresas, como o construtor alemão Daimler, já anunciou a sua retirada do país, tal como a petrolífera francesa Total.