“Rejeitamos veementemente a acusação” porque “a fonte dessa acusação é a menos credível que existe”, disse o porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, Saïd Khatibzadeh, em conferência de imprensa realizada em Teerão.

O navio israelita de transporte de veículos MV Helios Ray estava ao largo de Omã, no trajeto da cidade saudita de Dammam para Singapura, quando ocorreu a explosão a bordo que provocou vários feridos, de acordo com a empresa especializada em segurança marítima Dryad Global.

O primeiro-ministro israelita acusou hoje o Irão de estar na origem da explosão do navio e prometeu ripostar contra os interesses iranianos na região, secundado a hipótese levantada há dois dias pelo ministro da Defesa israelita, Benny Gantz.

“É claro que foi um ato iraniano. E quanto à minha retaliação, conhecem as minhas políticas. O Irão é o maior inimigo de Israel e estou determinado a derrubá-lo em toda a região”, disse Netanyahu.

O porta-voz da diplomacia iraniana considerou a declaração de Netanyahu como uma “manobra de diversão” com fins políticos internos para “benefício do primeiro-ministro corrupto do regime sionista”.

“Se o regime de ocupação em Jerusalém quiser usar essa acusação como base para criar novas tensões, vamos observá-los e seguir de perto as suas ações”, acrescentou Khatibzadeh.

“Se acontecer alguma coisa, responderemos no momento apropriado”, garantiu.

Sublinhando que a segurança no golfo Pérsico e no mar de Omã é muito importante para o Irão, Jatibzadeh acrescentou que o seu país não permitirá que os israelitas “intimidem a região”.

O porta-voz também se referiu às acusações de Israel sobre o programa atómico iraniano, afirmando que “na doutrina do Irão não há armas nucleares, mas o mundo ocidental fechou os olhos a centenas de armas nucleares israelitas”.

Nos últimos anos, foram registados inúmeros incidentes de segurança no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã contra navios e, em muitas ocasiões, essas ações foram atribuídas a Teerão, que sempre negou o seu envolvimento.

O conflito entre Teerão e Telavive cresceu nos últimos meses devido a bombardeamentos na Síria e ao assassínio do importante cientista iraniano Mohsen Fajrizadeh, pelo qual o Irão responsabilizou Israel e ameaçou vingar a sua morte.