Num texto enviado à AFP, as 30 mulheres, detidas na prisão de Evin, na capital iraniana, reclamam ainda o fim das “penas injustas infligidas aos presos no Irão”.

As mulheres relatam que, independentemente das suas origens e convicções políticas e religiosas, foram condenadas na sequência de “procedimentos injustos e não transparentes”.

A investigadora franco-iraniana Fariba Adelkhah, detida em 2019, foi condenada a cinco anos de prisão por alegado atentado à segurança nacional, enquanto a defensora dos direitos das mulheres germano-iraniana Nahid Taghavi a 10 anos, com base nas mesmas alegações.

Faezeh Hashemi, ex-deputada e filha do antigo Presidente iraniano Hashemi Rafsandjani, foi condenada este mês a cinco anos de prisão por criticar o regime.

Uma outra signatária, a ativista ambiental Niloufar Bayani, foi condenada em 2020 a 10 anos de prisão por alegada espionagem.

Segundo a organização não-governamental norueguesa Iran Human Rights, pelo menos 481 pessoas foram mortas e pelo menos 109 arriscam ser executadas por associação aos protestos contra o regime, que admite centenas de mortos, incluindo forças de segurança.

A ONU contabilizou 14.000 detenções em quatro meses de protestos, que começaram em meados de setembro depois da morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, detida pela polícia da moralidade por usar o véu islâmico alegadamente de forma incorreta.