Israel acusou o Hezbollah de manter centenas de milhões de dólares em dinheiro e ouro num bunker do hospital Sahel, em Dahiyeh, avança o The Guardian.

Embora Israel tenha dito que não iria atacar o complexo, o hospital nos subúrbios a sul de Beirute foi evacuado. Contudo, o diretor, Fadi Alame, disse à Reuters que as alegações eram falsas.

Israel não forneceu provas das acusações, mas publicou uma animação que pretendia mostrar um bunker sob o hospital, afirmando que o mesmo tinha sido usado, anteriormente, para esconder o ex-Secretário-Geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Por outro lado, acusou ainda a milícia de ter roubado o dinheiro do povo libanês e apelou ao Governo do Líbano para confiscar o dinheiro.

Mais tarde, Israel emitiu uma série de avisos aos moradores de Dahiyeh para se afastarem, pelo menos, 500 metros dos prédios, uma vez que iria começar a atacar a área.

Os ataques aéreos começaram cerca de uma hora depois, com fortes explosões ouvidas em toda a área de Beirute.

Num dos ataques, a entrada do hospital universitário Rafik Hariri, o maior hospital público do Líbano, foi atingida. Pelo menos, quatro pessoas, incluindo uma criança, foram mortas e 24 ficaram feridas, enquanto o hospital sofreu "grandes danos".

O receio de os hospitais serem atingidos na área metropolitana de Beirute aumentou após as Forças de Defesa de Israel afirmarem que o Hamas conduzia operações militares a partir de edifícios hospitalares.

O Ministério da Saúde do Líbano condenou o que disse ser "ataques a dois dos maiores hospitais do Líbano" e parte do "ataque diário de Israel ao setor de saúde libanês". No último ano, e até ao momento, Israel matou, pelo menos, 115 profissionais de saúde e equipas de emergência.

Esta foi a segunda noite consecutiva em que Beirute foi fortemente bombardeada, com Israel a realizar mais de 15 ataques aéreos contra instituições bancárias ligadas ao Hezbollah na noite anterior.

No dia de ontem, Israel afirmou que atingiu cerca de 300 alvos do Hezbollah no Líbano, aumentando a sua ofensiva para atingir as finanças do grupo, mesmo com os EUA a pedirem para a guerra acabar "o mais rápido possível".

Por sua vez, o exército israelita confirmou que cerca de 170 projéteis foram disparados, pelo Hezbollah, do Líbano para Israel.

O anúncio ocorreu enquanto Antony Blinken, Secretário de Estado dos EUA, se dirigia a Israel e aos países vizinhos no Médio Oriente, numa tentativa de dar início às negociações de cessar-fogo em Gaza e encontrar uma solução diplomática para o conflito no Líbano.

Já na noite de domingo, Israel disse que passaria a ter como alvo o banco afiliado ao Hezbollah, o Al-Qard Al-Hassan, que fornece empréstimos sem juros e serviços bancários a centenas de milhares de libaneses. Israel acusou o banco de ajudar a financiar o Hezbollah e afirmou que as suas filiais eram usadas para armazenar armas.

Pouco depois de anunciar que começaria a atacar Al-Qard Al-Hassan, Israel atacou prédios pertencentes ao banco na grande Beirute, no sul do Líbano e no vale do Bekaa.

Pelo menos, dez ataques aéreos foram realizados em Dahiyeh, causando o colapso de um prédio inteiro. Também um prédio perto do único aeroporto comercial do Líbano foi atingido.

"Eles atingiram prédios vazios em bairros residenciais e destruíram os bairros ao redor. Não eram centros militares ou esconderijos de armas", disse Ma'an Khalil, governante do município de Ghobeiry, nos subúrbios a sul de Beirute.