“Vamos chegar aos locais onde ainda não combatemos, quer no centro da Faixa de Gaza quer no sul e, em particular, no último [bastião] do Hamas, que se situa em Rafah”, disse em conferência de imprensa.

“Cada terrorista escondido em Rafah deve saber que o seu fim será como em Khan Yunis ou [na cidade de] Gaza”, prosseguiu o ministro, e quando se cumprem quatro meses de incessantes e devastadores bombardeamentos e ataques de artilharia no enclave palestiniano, na sequência da incursão do movimento islamita Hamas em território israelita em 07 de outubro.

No domingo, o Exército israelita reivindicou a destruição do quartel-general do Hamas em Khan Yunis, um complexo designado Al Qadisa e onde, segundo o Exército, o Hamas planificou e treinou membros do grupo para os ataques de 7 de outubro.

Ainda segundo os israelitas, em Khan Yunis foram detetados um centro de treino e gabinetes de Mohamed Sinwar, o comandante desta brigada e irmão de Yahya Sinwar, o líder do Hamas em Gaza ainda não capturado pelas forças judaicas.

Gallant também assegurou que “a operação terrestre avança e cumpre os seus objetivos” e que 18 batalhões do Hamas foram “desmantelados”, com “cerca de metade” dos seus combatentes mortos ou gravemente feridos.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas pelo menos 28.400 pessoas — na maioria mulheres, crianças e adolescentes — e feridas mais de 67.000, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 7 de outubro, pelo menos 375 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.