Dezenas de soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) escoltaram jornalistas através de um estreito túnel de pedra — que, segundo os militares, se estende por 150 metros — até uma série de bunkers subterrâneos sob o hospital al-Shifa, na cidade de Gaza.
De acordo com um jornalista da agência de notícias Associated Press, os alojamentos localizados no final do túnel tinham ar condicionado, cozinha, quarto de banho e duas camas de metal e estavam revestidos de azulejos brancos já amarelados e pareciam há muito não serem usado.
Desde que declarou guerra ao Hamas, em 7 de Outubro, Israel acusou repetidamente o grupo de usar os hospitais de Gaza como cobertura para uso militar.
O exército israelita lançou um ataque a al-Shifa na semana passada, alegando que o hospital albergava uma base do movimento islamita palestiniano, incluindo centros de comando e bunkers.
Israel ainda não revelou este suposto centro, mas os militares descreveram o esconderijo subterrâneo como a sua descoberta mais significativa até agora.
O Hamas e a administração do hospital negaram as alegações do exército israelita.
“O hospital al-Shifa é o maior hospital de Gaza e também a maior instalação terrorista do Hamas”, disse o porta-voz das IDF.
“Os comandantes do batalhão do Hamas conduziam o comando e controlo, disparando foguetes daqui”, acrescentou o contra-almirante Daniel Hagari.
Na quarta-feira, soldados israelitas mostraram aos jornalistas estrangeiros o armamento que dizem ter encontrado no hospital, incluindo dezenas de metralhadoras de assalto AK-47, 20 granadas e vários drones.
Hagari disse que era apenas uma pequena parte do armamento encontrado em al-Shifa.
Centenas de pacientes e médicos permanecem retidos no hospital. Milhares de pessoas que tinham procurado abrigo no complexo fugiram para o sul da Faixa de Gaza na semana passada, enquanto os tanques israelitas se aproximavam e os combates se intensificavam.
A guerra entre Israel e o Hamas fez até agora na Faixa de Gaza mais de 14 mil mortos, na maioria civis, e mais de 33 mil feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
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