Shukri, que falava numa reunião ministerial em Riade com os seus homólogos do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), não se referiu às negociações que o seu país está a realizar hoje para uma nova trégua entre Israel e o Hamas, mas insistiu que "a solução militar só oferece à região mais destruição, violência e extremismo".
"A paz e a estabilidade só serão possíveis se forem feitos progressos sérios no sentido de uma solução política que torne possível o estabelecimento de um Estado palestiniano viável (ao lado de Israel) nas fronteiras de junho de 1967, com a sua capital em Jerusalém Oriental ocupada por Israel", afirmou.
O governante egípcio alertou os seus colegas do Qatar, Arábia Saudita, Bahrein, Omã, Koweit e Emirados Árabes Unidos que "a agressão israelita em Gaza conduziu a distúrbios graves e crescentes" no Médio Oriente.
Estas "agressões", acrescentou, "ameaçam seriamente a paz e a liberdade de navegação no mar Vermelho e no estreito de Bab el Mandeb", devido aos ataques dos rebeldes huthis contra navios israelitas ou ligados a Israel, em protesto contra a guerra do Estado judaico em Gaza.
"Além disso, a situação no Líbano tornou-se um verdadeiro motivo de preocupação", acrescentou Shukri, referindo-se aos confrontos entre o exército israelita e o grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, que têm vindo a intensificar-se desde o início da guerra em Gaza.
O dirigente egípcio criticou a "incapacidade da comunidade internacional de conseguir uma cessação imediata das hostilidades em Gaza e de assegurar a entrada de ajuda humanitária suficiente" para os civis na Faixa de Gaza e considerou que "os massacres israelitas", o "cerco imposto a Gaza", "a fome" e "o plano de deslocação dos habitantes da Faixa (...) fazem parte de uma política sistemática de liquidação da causa palestiniana".
O chefe da diplomacia egípcia, cujo país e o Qatar medeiam, com a ajuda dos Estados Unidos, negociações entre o Hamas e Israel para conseguir uma nova trégua em Gaza, está em Riade para uma reunião com os seus colegas do CCG para discutir uma cooperação reforçada em todos os domínios entre o Cairo e esta aliança política e económica do golfo Pérsico.
Comentários