“Confirmado. [Ana María Diéguez] apresentou o seu pedido de demissão com cariz irrevogável”, disse fonte da diplomacia guatemalteca, que falou sob a condição de anonimato à agência de notícias Efe, atestando que apenas a vice-ministra Alicia Castillo continua no Ministério dos Negócios Estrangeiros, após a destituição do titular da pasta, Carlos Raúl Morales, e de outro vice-ministro.

Na missiva de renúncia ao cargo, enviada ao Presidente da Guatemala, Jimmy Morales, Ana María Diéguez afirma que foi um orgulho ter servido o país durante mais de 30 anos, mas não explica os motivos que estiveram na origem da sua decisão.

O Presidente da Guatemala, Jimmy Morales, declarou, no domingo, como ‘persona non grata’ Ivan Velasquez Gomez, que dirige uma missão das Nações Unidas contra a corrupção no país, e ordenou a sua expulsão.

A decisão de expulsar o magistrado colombiano desencadeou protestos nas ruas e levou à renúncia da ministra da Saúde guatemalteca, Lucrecia Hernández Mack, e de três dos seus vice-ministros, bem como do comissário para a Concorrência, Enrique Godoy.

Além disso, por motivos que se desconhecem, Morales destituiu no domingo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Raúl Morales, e o vice-ministro Carlos Ramiro Martínez, os quais receberam a ordem presidencial de tratar dos respetivos procedimentos para que Velásquez abandonasse a Guatemala.

Num discurso à nação, transmitido pelo canal do Governo, Morales insistiu, no domingo, na sua decisão de expulsar o magistrado colombiano do país, sob o argumento de que “excedeu” os seus poderes ao pressionar o Congresso e os juízes através dos meios de comunicação.

Isto apesar de o Tribunal Constitucional ter entretanto anunciado a suspensão da ordem presidencial de Morales de expulsar Ivan Velasquez Gomez.

Ivan Velasquez Gomez dirige a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala, um organismo das Nações Unidas criado em 2006 para acabar com a corrupção e as atividades mafiosas no país.