“Sabemos da posição do Alexandre de Moraes [juiz do STF que determinou suspensão do Telegram]. É claro, não é nenhuma novidade o que eu vou falar. É uma perseguição implacável para cima de mim. Tivemos momentos difíceis no ano passado, quando o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] julgou a possibilidade de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por ‘fake news'”, disse Bolsonaro em entrevista à TV Jovem Pan.
“Eu até respondi processo no TSE por abuso de poder económico (…) Sabemos o que eles querem, o que alguns querem aqui no Brasil. Não são todos, nem é uma instituição. Alguns querem eu fora de combate e o [ex-presidente] Lula [da Silva], eleito”, acrescentou o Presidente brasileiro.
Moraes é reiteradamente atacado pelo governante e seus apoiantes já que é relator de várias investigações contra Bolsonaro, incluindo inquéritos sobre a alegada existência de uma rede de notícias falsas que atuaria através de aplicativos e das redes sociais divulgando mentiras contra adversários do Governo e membros do judiciário.
Jair Bolsonaro e seus apoiantes afirmam que Moraes estaria promovendo uma perseguição política que incluiu a suspensão do Telegram, plataforma muito usada pelos ‘bolsonaristas’ para comunicarem entre si.
No Brasil, Telegram tem forte presença de grupos de extrema-direita que migraram do Whatsapp para a plataforma russa onde creem sofrer menor ação de controlo devido ao conteúdo que divulgam.
Na sexta-feira, Bolsonaro chegou a classificar a suspensão do Telegram como algo inadmissível.
Após anúncio da punição no Brasil, Telegram entrou em contacto com o STF, nomeou um representante legal no país, obedeceu a ordens que não haviam sido cumpridas. A plataforma obteve decisão favorável de Moraes, que revogou a suspensão de funcionamento do Telegram no domingo.
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