Numa cerimónia em Brasília, que contou com a presença de inúmeros políticos, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, governadores, além de outros parlamentares que apoiam o Governo, Bolsonaro começou a sua intervenção pedindo uma oração.
O chefe de Estado disse depois que esta cerimónia não pretende “lançar ninguém a cargo nenhum”, sendo “um evento simples, mas muito importante”. “A filiação é como o casamento, não seremos como marido e mulher, mas seremos uma família”, disse.
O PL já havia marcado a filiação de Bolsonaro para o passado dia 22, mas acabou por cancelar o evento.
O Presidente frisou que o futuro do Brasil está com ele e com os seus aliados, criticou partidos de esquerda e visou também membros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Nós tirámos o Brasil da esquerda, nós todos tirámos. Olhem para onde estávamos indo. Olha para onde foram certos países como a Venezuela”, afirmou Bolsonaro.
“Alguns extrapolaram aqui na região da Praça dos Três Poderes, esta pessoa vai ser reenquadrada, vai se enquadrando e vai vendo que a maioria somos nós. Nós aqui que temos votos, em especial, é que devemos conduzir o destino da nossa nação”, acrescentou o Presidente brasileiro.
Bolsonaro, que tem perdido apoio popular, segundo as últimas sondagens para as presidenciais de 2022, avaliou que as políticas do seu Governo estão a ser bem-sucedidas e frisou que ao andar pelo país percebe que “as cores verde e amarelo predominam, e muito, sobre o vermelho [alusão aos partidos de esquerda]. Isto é um sinal de fé, de confiança”.
Falando sobre as eleições, o chefe de Estado brasileiro previu que no próximo ano haverá mais candidatos ao cargo, o que considerou bom para a democracia, acrescentado que se for candidato e eleito poderá indicar dois juízes conservadores para o Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro agradeceu ao presidente do PL, Valdermar da Costa Neto, e disse que nenhum partido da sua base aliada será esquecido.
Eleito em 2018 pelo Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro deixou aquela força partidária no final de 2019 quando anunciou que pretendia formar um partido próprio nomeado como Aliança pelo Brasil.
O Presidente brasileiro, porém, não conseguiu organizar o novo partido a tempo de disputar as eleições e tem negociado entrar num partido já constituído para tentar a reeleição.
Ao longo da sua trajetória política, Bolsonaro já foi filiado em oito partidos.
O Presidente começou a sua carreira política em 1988 no Partido Democrata Cristão (PDC). Em 1993, este partido uniu-se ao Partido Democrático Social (PDS), criado por antigos filados da Arena, que sustentou a ditadura militar no Brasil (1964-985), numa aliança que deu origem ao Partido Progressista Reformador (PPR).
O chefe de Estado ficou no PPR até 1995, quando este partido se uniu a outro e deu origem ao Partido Progressista Brasileiro (PPB).
Em 2013, Bolsonaro migrou para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Oito anos depois, o atual Presidente filiou-se no antigo Partido da Frente Liberal (PFL), que deu origem ao Democratas (DEM), mas ficou menos de quatro meses e voltou para o Partido Progressista (PP), nova denominação do PPB.
Em 2016, Jair Bolsonaro ingressou no Partido Social Cristão (PSC) e, por fim, em 2018, filiou-se no PSL, com que disputou e vendeu as eleições presidenciais do Brasil.
Além de Bolsonaro, devem filiar-se ao PL o filho do Presidente e senador Flávio Bolsonaro, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho ???????.
Outros ministros do Governo, entre eles o da pasta do Trabalho, Onyx Lorenzoni, devem também ingressar no partido.
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