Recusando fazer "avaliação à peça", Jerónimo de Sousa rejeitou haver qualquer "fragilização" na equipa ministerial das Finanças, tendo em conta a demora no processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e remeteu decisões sobre o elenco governativo para o seu chefe, o socialista António Costa.

"Do ponto de vista parlamentar, com base na experiência que eu tenho, tratou-se de mais um ato de tensão, apartes, crispação, que muitas vezes acontece na Assembleia da República. Não transformo esse episódio num elemento de fragilização do Governo, da sua equipa, do Ministério das Finanças", afirmou.

"O deputado Leitão Amaro, com a sua intervenção, revela uma de duas coisas: ou um profundo desconhecimento do funcionamento do RGIC [Regime Geral das Instituições de Crédito] ou uma disfunção cognitiva temporária", disse Mourinho Félix, originando protestos veementes da bancada social-democrata, que levaram à interrupção dos trabalhos.

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, qualificou o sucedido como "um boicote a uma intervenção" no "parlamento democrático".

"Obviamente, nunca fazemos avaliação à peça, em relação a este ou aquele ministro, sempre consideramos que a questão central está no Governo e no seu principal responsável - António Costa. Essa pergunta deve ser dirigida ao primeiro-ministro", continuou Jerónimo de Sousa, referindo-se já ao responsável pela tutela Mário Centeno.