"A situação na Autoeuropa resulta do facto de a administração da empresa ter decidido pôr em causa o direito ao descanso semanal de dois dias, de forma unilateral", disse Jerónimo de Sousa, respondendo ao apelo de alguns apoiantes para que clarificasse a posição do partido, durante um encontro com reformados e pensionistas no Seixal.

"Os trabalhadores da Autoeuropa e, consequentemente, as suas organizações, desejam e trabalham para que a empresa cresça e se desenvolva no nosso país, mas no quadro do respeito pelos direitos dos trabalhadores. Esta é a posição do Partido Comunista Português", acrescentou.

A administração da Autoeuropa anunciou terça-feira a intenção de avançar unilateralmente, em janeiro, com um novo horário de produção de 17 turnos semanais, face à rejeição de dois pré-acordos negociados previamente com a Comissão de Trabalhadores.

Embora se trata de um acordo imposto unilateralmente, a administração da Autoeuropa promete pagar os sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, que era umas principais reivindicações dos trabalhadores. Este pagamento dos sábados a 100% poderá ainda ser acrescido de mais 25%, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais.

O novo horário de trabalho deverá vigorar até ao mês de agosto de 2018 e a Autoeuropa promete discutir o período após agosto com a Comissão de Trabalhadores.

Os novos horários de laboração contínua preveem quatro fins-de-semana completos e mais um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses para cada trabalhador.

Na quarta-feira, o CDS-PP acusou o PCP e o BE de instrumentalizarem os sindicatos, mas bloquistas e comunistas responderam de imediato, atribuindo a responsabilidade pelo diferendo com os trabalhadores à administração da Autoeuropa.