Pouco mais de uma hora depois de ter chegado ao Palácio de Belém acompanhado pelos comunistas João Oliveira, João Ferreira e Manuela Pinto Ângelo, Jerónimo de Sousa falou aos jornalistas no final da reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que hoje e terça-feira recebe os partidos no âmbito dos contactos regulares.
"Vêm aí duas batalhas eleitorais, não fazemos desenhos prévios tendo em conta que é o povo português que decidirá desse resultado, mas, da nossa parte, uma afirmação clara de que continuamos disponíveis para dar uma contribuição à luz do interesse nacional, de respeito por quem trabalha ou quem trabalhou, de respeito pelos serviços públicos que devem funcionar bem", afirmou.
A perspetiva do líder comunista é a de que "os resultados, depois em outubro, determinarão com certeza soluções políticas e também programáticas".
Para o secretário-geral do PCP, "nestes últimos anos houve crescimento económico, mas houve um fator decisivo para que isso tivesse acontecido, que foi essa reposição de rendimentos", com impacto particularmente no mercado interno, ou na criação de emprego.
"Num quadro de uma conjuntura - e aqui é que é a preocupação - em que há fatores que nós não dominamos, desde a questão das taxas de juro, desde as questões do preço do petróleo", destacou.
Para Jerónimo de Sousa, "o desenvolvimento económico é muito assente na incerteza", uma vez que há fatores que não se consegue dominar.
"E por isso esta aparente contradição: de facto houve crescimento, mas não está sustentado, alicerçado em fatores como o aumento da produção nacional, o combate aos défices energético, agroalimentar e até ao demográfico, que esses sim seriam um elemento muito firme na perspetiva que Costa passaria a ter razão - o senhor primeiro-ministro, naturalmente - e o Presidente da República poderia ser convencido", justificou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, começou hoje a receber os sete partidos com representação parlamentar "no quadro dos contactos regulares" que tem mantido com as forças partidárias.
Os encontros realizam-se no Palácio de Belém, em Lisboa, tendo sido já recebidos o PAN e o PEV, para além do PCP.
Marcelo Rebelo de Sousa tem recebido com frequência, várias vezes por ano, os partidos com assento parlamentar e, em 2016 e 2017, promoveu audiências em outubro, em vésperas ou no decurso do debate orçamental. Em 2018, o chefe de Estado reuniu-se com os partidos em fevereiro, julho e dezembro.
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