Num discurso proferido em Filadélfia, cidade onde foi assinada a Declaração de Independência dos Estados Unidos, Joe Biden criticou duramente os republicanos, que acusou de levarem a cabo “um ataque à democracia”, ao quererem “minar o direito de voto”.

“A América assiste hoje (…) a uma tentativa de minar e suprimir o direito de voto”, declarou, condenando o que classificou também como “um ataque à liberdade” e como “o maior teste à democracia” do país “desde a guerra de Secessão”, no século XIX.

O atual ocupante da Casa Branca criticou também o seu antecessor, Donald Trump, que continua, sem quaisquer provas, a afirmar que as eleições presidenciais de 2020 foram fraudulentas.

“Uma grande mentira… Não passa disso: uma grande mentira”, declarou Biden.

Como pano de fundo para este discurso tão aguardado pelos ativistas defensores dos direitos cívicos estão as leis eleitorais que se multiplicam nos Estados sob controlo republicano.

Essas leis ou projetos de lei, sob o pretexto de combaterem a fraude, têm como efeito complicar o acesso das minorias, e em particular dos afro-norte-americano, às urnas.

Perante tais iniciativas, Joe Biden instou o Congresso a restaurar “o poder inicial” de uma legislação nascida do combate pelos direitos cívicos, a “Voting Rights Act” (Lei do Direito de Voto), de 1965, pouco a pouco corroída, em particular pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Contudo, os senadores republicanos têm até agora conseguido bloquear qualquer tentativa de legislação nesse sentido.