João Albuquerque, 25 anos, fundador da plataforma “As minhas eleições”, disse à agência Lusa que a ideia resultou de uma vontade de ultrapassar lacunas que identificou em escrutínios anteriores, nomeadamente nas eleições autárquicas.
Nestas eleições, explicou, não é dada a mesma visibilidade a todos os círculos eleitorais, com a comunicação social regional e cobrir as suas áreas e a nacional a optar pelas mais representativas em termos populacionais, o que “é natural”.
Da constatação, e munido da experiência adquirida na criação de sites e plataformas enquanto elemento da Associação de Estudantes da Universidade de Coimbra — onde ainda se encontra a realizar um doutoramento em Estudos Contemporâneos –, decidiu criar esta plataforma, a qual garante estar a suportar financeiramente.
Para João Albuquerque, a maior lacuna que identifica nas eleições legislativas está “ao nível dos partidos mais pequenos, que não têm representação no parlamento, e que normalmente não têm tanto espaço de divulgação”.
Mas também a dificuldade no confronto de ideias, a qual, na sua opinião, nem acontece de forma intencional.
“Os partidos, ao estabelecerem tópicos com nomes sonantes, que chamam as pessoas e os seus públicos-alvo, acabam por tornar os tópicos não comparáveis, ainda que sejam da mesma área política”, disse.
E deu um exemplo: “Chamar à economia, num determinado programa eleitoral, de economia e transição verde e, noutro, uma economia de todos para todos, acaba por misturar alguns tópicos que depois na comparação dos programas é difícil” de perceber.
A plataforma tenta simplificar através de um “comparador” que põe lado a lado as propostas dos vários partidos sobre tópicos, como saúde, educação, entre outros.
A par destas ferramentas, com que espera ultrapassar as lacunas que identificou, João Albuquerque sublinha a centralização das informações num só local, que “é mais apelativo para as pessoas procurar”.
Informações sobre como votar, como aceder ao voto antecipado ou ao voto no estrangeiro estão disponíveis nesta plataforma, à qual os partidos políticos podem aderir, o que fizeram dois, até ao momento, devendo o número aumentar até dia 16, quando arranca a campanha.
Na plataforma www.asminhaseleicoes.pt eleitores e curiosos podem ainda enviar sugestões e críticas aos partidos, os quais têm reagido “com entusiasmo e sugestões” à iniciativa.
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