No dia 6 de janeiro Maëlle começou a sentir-se mal quando regressou do ginásio. O mal-estar agravou-se e ao final da noite, com febre, náuseas e vómitos, a família levou-a ao hospital. Foi-lhe diagnosticada uma gastroenterite.

No dia seguinte, escreve a  "Paris Match", a jovem começou a manifestar problemas de visão e teve uma descida brusca da pressão arterial. "Chamamos uma ambulância e no hospital fizeram o mesmo diagnóstico do dia anterior", explicou a mãe, Laurence Hennuy.

O estado da saúde de Maëlle continuou a piorar e depois de ter entrado em estado de desidratação severo, foi transportada para outro hospital onde foi internada nos cuidados intensivos. "Foi aí que lhe diagnosticaram um choque tóxico, mas foi tarde demais", lamentou a mãe. Maëlle acabou por morrer na quinta-feira, dia 9 de janeiro.

Foi, aliás, a mãe de Maëlle, Laurence Hennuy, que tornou a história pública na sua conta pessoal de Facebook. O seu objetivo é alertar outras jovens e outros pais. "Estou convencida que um maior número de mulheres deveria ser informada sobre esta síndrome. A prevenção pode salvar vidas", escreveu. Mais, Laurence Hennuy contou que a filha sabia “os perigos” do uso de um absorvente interno.

Síndrome do Choque Tóxico (SCT) é uma doença rara mas grave e pode ser causada por dois tipos de bactérias: a Staphylococcus aureus ou a Streptococcus pyogenes. Responsáveis pela produção de toxinas que podem levar à septicemia, são particularmente perigosas em pessoas com o sistema imunitário em baixo.

Os químicos presentes nos tampões, que facilitam a capacidade de absorção, favorecem a produção das toxinas. A troca frequente de absorventes íntimos (a cada 4 ou 6 horas), a não utilização de absorventes íntimos superabsorventes e o seu uso alternado com o de pensos higiénicos pode ajudar a reduzir o risco.

Embora seja regularmente ligada ao uso de tampões, a síndrome de choque tóxico pode ocorrer ainda como resultado de infeções provocadas por cirurgias, queimadura, picada de inseto ou no pós-parto.

Muitas vezes, os primeiros sintomas são confundidos com gripe, intoxicação alimentar ou, como no caso da jovem Maëlle, gastroenterite.