Paulo Queimado (PS) afirmou que os inspetores estão no seu gabinete e solicitaram projetos e documentos aos serviços de Obras e de Contabilidade.
Em causa está a aquisição, em 2019, por 80.000 euros, de um edifício que foi do primeiro presidente do município pós 25 de Abril e que o executivo camarário deliberou adquirir no dia em que o herdeiro e, à data, proprietário, membro da lista da maioria socialista, assumiu funções em substituição de um vereador que se encontrava de férias, não tendo, contudo, participado na discussão e votação desse ponto, disse o autarca.
O outro imóvel, conhecido como edifício Salter Cid, foi adquirido em 2015 por 463.000 euros, tendo o município anunciado então a intenção de aí instalar o arquivo municipal, ideia que veio a ser abandonada por se tratar de um edifício muito antigo, com chão de madeira, não reunindo as condições necessárias.
O anúncio de que o arquivo municipal seria instalado no imóvel adquirido em 2019, já depois de terem sido realizadas obras no edifício Salter Cid, gerou polémica, com os eleitos da oposição a questionarem se existia algum estudo prévio atestando que o espaço tinha condições para esse fim, tendo em conta a experiência do passado.
A polémica foi alvo de diversas notícias no semanário regional O Mirante, o qual apontava ter sido gasto “perto de meio milhão em obras” no edifício Salter Cid, que ainda estariam a decorrer em 2019.
Paulo Queimado disse à Lusa que a aquisição deste imóvel veio resolver uma situação que se arrastava desde 2007, quando a anterior gestão CDU foi obrigada pelo tribunal a pagar uma renda mensal de 2.500 euros aos proprietários, situação que se prolongou até 2015.
Segundo o autarca, este edifício foi inserido no projeto de regeneração urbana que está em curso no concelho e o outro destina-se a acolher parte do arquivo, complementando o projeto que inclui a digitalização e a instalação de um gabinete de restauro.
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