“Estas pessoas foram plenamente identificadas como autoras da ocupação de estradas nesta região do sul. Por isso, foram condenadas a mais de três anos de prisão e estão obrigadas a pagar reparações civis por uma quantia superior a 50.000 soles (cerca de 12.000 euros)”, revelou o Ministério do Interior em comunicado.

Segundo o ministério, os indiciados “reconheceram os delitos” e em consequência “procedeu-se à prisão efetiva dos sentenciados” na sequência de uma “investigação” da Procuradoria Pública especializada em delitos contra a ordem pública, dependente do Interior.

Outros 22 manifestantes de diversas regiões do país permanecem em prisão preventiva entre um e 18 meses, sob a acusação de “atos violentos”, na sequência de outra decisão da designada Procuradoria Pública.

As investigações judiciais e policiais permanecem em diversos distritos do sul, incluindo Ica, Puno, Arequipa e Cuzco, e ainda na região amazónica de Uyacali, fronteiriça com o Brasil.

“A citada procuradoria reafirma o seu compromisso de perseguir o delito e os atos violentos contra a polícia, a cidadania e as instituições públicas e privadas para que não fiquem impunes”, acrescentou o Ministério do Interior.

Os protestos no Peru decorrem desde 11 de dezembro, quatro dias após a tentativa do então Presidente Castillo dissolver o parlamento e convocar eleições, e que implicou a sua detenção, permanecendo em prisão preventiva por 18 meses.

Os manifestantes exigem a libertação de Castillo, a demissão da atual Presidente Dina Boluarte, a antecipação das eleições, a dissolução do parlamento e a convocação de uma assembleia constituinte.

Desde essa data já foram mortas 69 pessoas, na maioria manifestantes e no decurso dos confrontos com as forças policiais e militares.

A crise política que abala o Peru é também reflexo do enorme fosso entre a capital e as províncias pobres que apoiam o ex-presidente Castillo, de origem ameríndia, e que nunca foi aceite no Palácio Presidencial pela elite e a oligarquia da capital, e pelos principais ‘media’ na posse de abastados empresários.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.