Além de Khashoggi, a publicação homenageou com o título "Os Guardiões e a Guerra contra a Verdade’ a jornalista filipina Maria Ressa - a enfrentar acusações de evasão fiscal que já caracterizou como assédio político -, os dois repórteres birmaneses da agência de notícias Reuters Wa Lone e Kyaw Soe Oo, atualmente a cumprir pena de prisão pela sua investigação do massacre dos Rohingya, assim como a redação do Capital Gazette, jornal de âmbito local que sofreu com a morte de cinco dos seus profissionais num ataque em junho em Annapolis, Maryland.
A revista Time decidiu publicar quatro capas diferentes para a edição desta semana para destacar cada jornalista, ou grupo de jornalistas, escolhidos.
"Como todos os dons humanos, a coragem chega-nos em diferentes níveis em diferentes momentos", escreveu Edward Felsenthal, editor-chefe da revista, no texto que acompanha esta escolha. O jornalista justificou que "este ano estamos a reconhecer quatro jornalistas e uma organização noticiosa que pagaram um preço terrível de abordar o desafio deste momento" - como exemplo, a Time cita os números do Comité de Proteção dos Jornalistas, que registou 262 casos de jornalistas presos em 2017, prevendo que o número suba este ano.
É a primeira vez que os jornalistas, enquanto classe profissional, são eleitos Personalidades do Ano pela revista, que concede este título desde 1927. Para além disso, nunca uma pessoa falecida havia sido nomeada como a principal Personalidade do Ano.
Os jornalistas venceram Donald Trump, designado como Personalidade do Ano em 2016 e que ficou em segundo lugar na classificação no ano passado. O presidente dos Estados Unidos foi apontado pelas casas de apostas como favorito para este ano.
Esta é a segunda vez que a Time escolheu um grupo e não uma única pessoa. Em 2017, a publicação selecionou aqueles que "quebraram o silêncio" diante do assédio sexual ao mover acusações contra homens poderosos em diferentes partes do mundo.
O procurador especial Robert Mueller, encarregado de investigar o possível conluio entre a equipa de campanha de Trump e a Rússia na campanha presidencial de 2016 dos EUA, ficou em terceiro lugar na classificação.
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