“A ofensiva [russa] vai continuar. No início da primavera, estará esgotada”, afirmou o chefe dos serviços secretos militares ucranianos (GUR), general Kirilo Budanov, numa entrevista à televisão estatal.
Budanov disse que a Rússia está longe de atingir os objetivos da ofensiva de inverno, que lançou há alguns meses para conquistar todo o território das regiões de Donetsk e Lugansk.
A ofensiva russa visava também chegar ao rio Chorni Zherevets, na região nordeste de Kharkiv, referiu.
“Infelizmente para nós, eles fizeram alguns progressos no terreno”, reconheceu Budanov, citado pela agência espanhola EFE.
A Ucrânia lançou uma contraofensiva em junho, mas admitiu que os resultados ficaram aquém das expectativas.
O chefe dos GUR reiterou que o aumento do fornecimento de munições é a necessidade “número um” do exército ucraniano neste momento.
A entrega de munições à Ucrânia é uma das questões da agenda de uma reunião informal dos ministros da Defesa da União Europeia (UE) que decorre hoje, em Bruxelas.
Os países da UE tinham-se comprometido a entregar um milhão de cartuchos de artilharia durante um ano, período que termina na primavera, embora os últimos números apenas confirmem a entrega de cerca de 300.000.
Cinco chefes de Governo europeus apelaram hoje para um “esforço coletivo” dos países da UE para armar a Ucrânia.
“Temos de redobrar os nossos esforços para garantir que o nosso apoio se mantém durante o tempo necessário”, afirmaram os dirigentes europeus num artigo publicado no diário britânico Financial Times.
Assinaram o apelo Olaf Scholz (Alemanha), Mette Frederiksen (Dinamarca), Petr Fiala (República Checa), Kaja Kallas (Estónia) e Mark Rutte (Países Baixos).
Os Estados Unidos, apesar do bloqueio no Congresso de um novo pacote de ajuda, confirmaram que vão fornecer à Ucrânia bombas GLSDB de alta precisão, lançadas a partir de foguetes e com um alcance de até 150 quilómetros.
De acordo com a publicação norte-americana Politico, o primeiro lote destas bombas chegou hoje à Ucrânia.
A sua utilização permitirá ao exército ucraniano atacar as rotas de abastecimento das tropas russas e atingir alvos em parte da península anexada da Crimeia.
A Ucrânia tem contado com apoio financeiro e em armamento dos aliados ocidentais desde que foi invadida pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm imposto sanções contra interesses económicos russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
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