“O Governo húngaro tem todo o interesse em restabelecer relações de boa vizinhança com a Ucrânia”, declarou Peter Szijjarto, reconhecendo que a educação permanece “uma das mais difíceis questões” entre os dois países.
“Temos um objetivo comum, tentar que as relações entre a Ucrânia e a Hungria sejam exemplares”, respondeu o vice-primeiro-ministro ucraniano, Dmytro Kouleba.
Num sinal de distensão, a Ucrânia e a Hungria preveem retomar em março, em Budapeste, a comissão de cooperação económica intergovernamental que “não se reúne desde há sete anos”, indicou Kouleba.
“É necessário trabalhar depressa (…) para que não se eternize o contencioso entre os nossos países”, acrescentou na rede social Facebook.
Caso se concretize, a reunião da comissão “abrirá o caminho a um encontro” entre o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, precisou Peter Szijjarto.
As tensões entre as duas capitais agravaram-se em 2018, com Budapeste a denunciar a adoção por Kiev de uma lei que ampliava o ensino do ucraniano em detrimento das línguas minoritárias. Esta medida foi tomada sob a presidência de Petro Poroshenko, um nacionalista radical face ao seu sucessor mais moderado.
Na região ucraniana da Transcarpátia (oeste) habitam mais de 100.000 cidadãos de origem húngara e Budapeste ameaçou intervir nas instituições da União Europeia (UE) e NATO para travar a cooperação com Kiev.
Por sua vez, a Ucrânia acusa do Governo nacionalista de Viktor Orbán de ter distribuído perto de 100.000 passaportes à minora húngara.
Em 2018 Kiev expulsou um cônsul húngaro após a publicação de um vídeo no qual os ucranianos de origem húngara pareciam prestar juramento a Budapeste no consulado húngaro da Transcarpátia.
Desde 2016 que não se registava uma deslocação a Kiev de um chefe da diplomacia húngara. No entanto, em julho, apesar dos protestos ucranianos, Peter Szijjarto visitou a região da Transcarpátia.
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