“Se a nossa nação pedir uma segunda volta, aceitaremos com prazer. E com certeza venceremos essa segunda volta”, disse Kiliçdaroglu de madrugada, na capital Ancara, rodeado por representantes da coligação inédita de seis partidos da oposição que o apoiam.
Erdogan, que está há 20 anos no poder na Turquia, tendo maioria absoluta desde 2014, “não conseguiu obter o resultado que esperava, apesar de todos os insultos” proferidos contra os rivais, sublinhou o opositor.
Se nenhum dos candidatos conseguir ultrapassar 50% dos votos, realizar-se-á uma segunda volta das eleições presidenciais, em 28 de maio.
“A necessidade de mudança na sociedade é superior [a] 50%; temos absolutamente de vencer e instalar a democracia neste país”, disse Kiliçdaroglu.
Horas antes, Erdogan afirmou ter uma “clara vantagem” na corrida presidencial, não tendo afastado ainda a hipótese de obter a maioria absoluta na primeira volta.
“Embora os resultados não sejam ainda claros, lideramos a contagem com uma clara vantagem”, disse o chefe de Estado turco, perante uma multidão de apoiantes reunidos de madrugada em Ancara, acrescentando que graças ao voto no estrangeiro ainda tem a possibilidade de obter novamente a maioria absoluta.
Apesar disso, acrescentou que, se for necessário, está pronto para disputar uma segunda volta, afirmando: “Respeitamos este escrutínio e respeitaremos o resultado da próxima eleição”.
“Não sabemos se isto vai acabar na primeira ou na segunda volta”, disse o islamista Erdogan.
O resultado provisório dá-lhe, por enquanto, apenas 49,4% dos votos, mas indicou que há ainda que contabilizar os boletins dos cidadãos turcos residentes no estrangeiro, que costumam maioritariamente apoiá-lo.
Na Alemanha, onde residem aproximadamente metade dos cidadãos turcos no estrangeiro, Erdogan obteve 65% dos votos.
Segundo a contagem parcial divulgada pela agência de notícias oficial Anatólia, Kemal Kiliçdaroglu obteve até agora 45% dos votos.
Será a primeira vez em 20 anos, desde que está no poder na Turquia, que Erdogan se verá obrigado a disputar uma segunda volta.
“Pouco importa o resultado; 27 milhões de pessoas preferiram votar em nós”, insistiu Erdogan perante os apoiantes, enquanto a contagem dos votos prossegue.
“Penso que terminaremos esta eleição com mais de 50% dos sufrágios — o povo escolheu a estabilidade e a segurança nestas eleições presidenciais”, sustentou.
Kiliçdaroglu denunciou durante a noite eleitoral que o partido de Erdogan, o AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento), “está continuamente a impugnar as atas da votação e a bloquear o sistema” de apuramento dos resultados nas regiões onde a oposição é mais forte.
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