“Este tipo de incidentes podem realmente destabilizar os fundamentos da economia global. Assim, dificilmente, podemos ter em conta as acusações sem fundamento”, afirmou o porta-voz presidencial, Dimitri Peskov, ao canal de televisão Rossiya 1.

Neste sentido, Peskov pediu a todas as partes contenção na atribuição de acusações, vincando que é importante aguardar por informações credíveis.

“Reiteramos o pedido para que analisem, de forma sóbria, a situação, aguardando pela divulgação de alguns dados convincentes”, referiu o representante do Kremlin.

Na quinta-feira, um petroleiro norueguês e outro japonês foram atacados quando navegavam no golfo de Omã, junto ao estreito de Ormuz, ao largo do Irão.

Um dia depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, afirmou que a responsabilidade pelos ataques é “quase de certeza” do Irão.

“Condeno os ataques […] contra dois navios no golfo de Omã. A nossa própria avaliação leva-nos a concluir que a responsabilidade pelos ataques recai quase de certeza no Irão”, disse, em comunicado, o chefe da diplomacia britânica, secundando a posição dos Estados Unidos.

Jeremy Hunt apelou na altura ao Irão para que acabe com toda a “atividade desestabilizadora”, sublinhando que o Reino Unido “está em estreita coordenação com os parceiros internacionais para encontrar soluções diplomáticas que visem acalmar as tensões”.

Também os Estados Unidos culparam o Irão pelo ataque, apesar de Teerão ter declarado não estar envolvido e ter acusado Washington de uma “campanha iranofóbica”.

De acordo com o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, a acusação é baseada em vários fatores: o tipo de armas usadas, o nível de conhecimento necessário para executar a operação e os recursos para agir com tal nível de sofisticação.

“Se ter o nível necessário de especialização é considerado um argumento convincente para determinar que foi o Irão, isso também se aplicaria aos Estados Unidos e a Israel”, disse à agência Kyodo fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês.

Neste sentido, o Governo de Tóquio acredita que as explicações de Washington não têm ajudado a “ir além da especulação”.