O jogo, que pode ser descarregado a partir desta terça-feira, 29 de agosto, na sua versão de realidade virtual, pretende estimular o cérebro dos participantes com uma série de tarefas que exigem capacidade de memorização e de orientação para, ao mesmo tempo, recolher dados sobre os primeiros indícios da doença.
Um dos primeiros sintomas do Alzheimer é a perda do sentido de orientação, mas existem poucos dados que comparem as capacidades cognitivas em diferentes idades, uma lacuna que o jogo pretende preencher.
O jogo, catalogado como "o mais amplo estudo sobre a demência de toda a história", foi desenvolvido pela Deutsche Telekom, a organização beneficente britânica Alzheimer's Research UK e por investigadores do University College London e da Universidade de East Anglia.
A versão para smartphones, lançada em 2016, já foi descarregada três milhões de vezes em 193 países.
Quando uma pessoa joga durante dois minutos, os cientistas conseguem recolher a mesma quantidade de dados que exigiram quase cinco horas num laboratório.
"Isto deu-nos uma quantidade enorme de informação e realmente permitiu-nos entender como homens e mulheres de diferentes idades navegam pelo jogo", disse à AFP David Reynolds, coordenador de investigação no instituto Alzheimer's Research UK.
Para jogar, os participantes têm de usar "diferentes partes de seu cérebro e as diferentes partes do cérebro são utilizadas de maneira diferente de acordo com os diferentes tipos de demência. Isto também nos permite vincular o que uma pessoa faz ao que acontece no seu cérebro", completou Reynolds.
Com a versão com tecnologia de realidade virtual os cientistas poderão obter ainda mais informações.
"Com esta tecnologia conseguimos detectar para onde a pessoa está a olhar, assim como para onde está a ir", explicou à AFP Lauren Presser, um dos criadores do jogo.
"Então nós sabemos se as pessoas estão perdidas e como se comportam nessas situações (...) Cada uma destas experiências ajuda-nos a obter dados sobre orientação espacial".
No mundo, quase 50 milhões de pessoas sofrem demência e Alzheimer, segundo estimativas recentes.
Até 2050 o número pode chegar aos 132 milhões de pessoas.
Este espectro de doenças não tem cura, mas os criadores do jogo esperam que, eventualmente, permita um diagnóstico e um tratamento mais prematuro.
Reynolds disse que o jogo pode ser usado como uma forma de prevenção.
"Sabemos que manter o nosso cérebro apto e ativo, assim como manter o corpo apto e ativo, é algo bom e ajuda a reduzir o risco de demência ou desacelera a sua progressão", disse.
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